ONU e várias ONGs pedem para Itália permitir desembarque de menores
Roma, 26 Jan 2019 (AFP) - Diversas agências da ONU e várias organizações humanitárias pediram para a Itália permitir o desembarque dos menores de idade resgatados no Mediterrâneo, no navio "Sea Watch 3" - que recebeu autorização para se refugiar do mau tempo na Sicília.
"Esses jovens já sofreram violência e abuso suficientes durante sua rota para a Itália e são particularmente vulneráveis", disse Raffaela Milano, diretora do programa italiano da ONG Save the Children, em nota.
Milano demandou uma resposta "imediata" ao pedido para que os seis menores a bordo do barco de resgate de bandeira holandesa "Sea Watch 3" possam desembarcar.
Em um comunicado conjunto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediram uma solução "urgente" para os menores e demais migrantes, avaliando que a situação era "crítica".
"A situação à bordo é crítica", indicam as agências em um comunicado, devido à alta quantidade de pessoas a bordo do navio. As agências se preocupam "particularmente com a situação dos menores desacompanhados, ao todo 13, (...) para quem devem ser aplicadas medidas de proteção tão logo seja possível".
- Salvini fica firme -Mas o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, voltou a expressar sua negativa a acolher os migrantes, dizendo que os menores tinham quase 18 anos e não eram crianças.
"Não vou mudar de opinião. Os portos italianos estão fechados e continuarão fechados às pessoas que traficam e seus cúmplices", declarou.
Salvini insistiu que Alemanha e Holanda se encarreguem dos 47 migrantes, provenientes principalmente da África subsaariana, que foram resgatados da Líbia pela ONG alemã Sea Watch há uma semana.
"Barco holandês e ONG alemã? Amsterdã ou Berlim estão esperando por vocês", disse.
O ministro de Migração holandês, Mark Harbers, declarou ao jornal Corriere della Sera que seu país "não é obrigado" a encontrar uma solução.
"Cabe ao capitão agora encontrar um porto seguro para os 47 migrantes que salvou", disse na entrevista.
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