Guaidó anuncia plano contra a crise econômica na Venezuela
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apresentará nesta quinta-feira (31) seu plano para enfrentar o colapso econômico e social do país petroleiro, tentando se posicionar frente a um governo que está sob crescente pressão dos Estados Unidos e da União Europeia.
"Vamos trabalhar para estabilizar a economia, resolver a emergência humanitária imediatamente, resgatar os serviços públicos e superar a pobreza, sabemos como alcançar isso", tuitou o chefe do Parlamento controlado pela oposição.
O conflito político ocorre em meio ao colapso da antiga potência petrolífera, que sofre com a escassez de alimentos e de remédios e com uma hiperinflação que o FMI projeta para 10.000.000% este ano.
Determinados a sufocar economicamente o governo de Maduro, os Estados Unidos aprovaram sanções contra a estatal petrolífera PDVSA - fonte de 96% das receitas do país - e congelaram contas e ativos venezuelanos, cujo controle entregou a Guaidó.
"As condições são favoráveis a Guaidó, com apoio internacional decisivo liderado pelos Estados Unidos, e que também tem a ver com o agravamento da crise econômica", afirma o analista político Carlos Romero à AFP.
O adversário, de 35 anos, continua a acumular apoio do exterior.
Apoio crescente
O Parlamento europeu se tornou nesta quinta a primeira instituição a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, aumentando a pressão sobre os países do bloco para que façam o mesmo.
A Eurocâmara "reconhece Juan Guaidó como presidente interino legítimo da República Bolivariana da Venezuela, em conformidade com a Constituição venezuelana", diz a resolução aprovada.
Por ora, e por pressão de Espanha, Alemanha e França, a União Europeia (UE) deu um ultimato a Maduro para que, "nos próximos dias, aceite uma eleição livre", ou reconheça Guaidó como presidente encarregado da Venezuela.
Na quarta-feira, os senadores dos Estados Unidos também pediram à UE que reconheça Guaidó, como já fizeram Estados Unidos, Canadá e uma dúzia de países latino-americanos, para encorajar a saída de Maduro.
Ontem, o líder da oposição recebeu um telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, segundo ele, expressou seu "total apoio".
A tensão política alcançou a imprensa estrangeira. Dois jornalistas franceses e quatro integrantes de uma equipe da agência espanhola EFE permanecem detidos, e dois chilenos foram deportados na quarta-feira.
Sem mencionar nomes, o governo assegurou que vários comunicadores entraram no país sem permissão.
Nesse sentido, "a UE exige a libertação de todos os jornalistas detidos sem motivo", declarou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
O governo da Espanha também exigiu a "libertação imediata" dos quatro membros da EFE, recomendando que "as autoridades venezuelanas respeitem o Estado de Direito, os direitos humanos e as liberdades fundamentais, e que a liberdade de imprensa é um elemento central", segundo nota divulgada pelo Ministério espanhol das Relações Exteriores.
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