A Venezuela desde Hugo Chávez
Veja as datas importantes na Venezuela desde que Hugo Chávez, que faleceu em 2013, chegou ao poder há 20 anos, e cujo sucessor, Nicolás Maduro, é desafiado pelo chefe do Parlamento, reconhecido como presidente interino por parte da comunidade internacional.
"Revolução bolivariana"
Em 2 de fevereiro de 1999 o socialista Hugo Chávez, eleito em dezembro, foi investido presidente. Em 1992 tentou tomar o poder mediante um golpe militar fracassado, pelo qual passou dois anos na prisão.
Chávez lançou uma "revolução bolivariana" em nome do herói da independência, Simón Bolivar, com muitos programas sociais, em um país marcado por grandes desigualdades. Foi reeleito por seis anos em 2000.
Em novembro de 2001 promulgou 49 decretos-leis, autorizando a nacionalização de terras, petróleo e bancos.
Golpe de Estado fracassado
Em abril de 2002, após greves no setor petrolífero, a Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) e a organização de empregadores Fedecámaras exigem sua renúncia em uma manifestação de massa. A repressão causou a morte de 19 pessoas.
Destituído do poder durante dois dias por um golpe de Estado, Chávez retornou à presidência, apoiado por militares leais e por uma enorme mobilização popular.
Em 2 de dezembro, iniciou uma greve geral que paralisou o país durante 63 dias, afetando as exportações do petróleo.
Em 2004, ganhou um referendo sobre sua possível destituição e foi reeleito em 2006. No final de 2010, o Parlamento o autorizou que governasse por decreto durante 18 meses.
Em fevereiro de 2011, por ocasião de seus 12 anos no poder, pediu perdão por seus erros, mas se gabou do fato de ter erradicado o analfabetismo.
Chávez morre, Maduro o sucede
Reeleito em outubro de 2012, Chávez morre em 5 de março em decorrência de um câncer.
Seu vice-presidente Nicolás Maduro vence as eleições presidenciais em abril, com 50,62% dos votos.
Em novembro, o Parlamento o autorizou a governar por decreto durante um ano com o objetivo de frear a inflação e a escassez de alimentos.
Boicote às eleições
Em 2014, uma onda de protestos contra a insegurança é reprimida violentamente por três meses, matando 43 pessoas. O líder da oposição, Leopoldo López, é condenado a 14 anos de prisão.
Em março, três generais acusados de "tentativa de golpe" foram presos.
Em fevereiro de 2015, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, suspeito de ter promovido um golpe de Estado, é preso.
No mesmo mês, Washington impôs sanções contra vários funcionários acusados de violações dos direitos humanos.
Maduro obtém novos poderes para governar por decreto contra a "agressão imperialista" dos Estados Unidos.
Em dezembro, o preço do petróleo, que gera 96% da renda do país, cai para o menor nível em sete anos, causando severa escassez de alimentos e medicamentos. No mesmo mês, o chavismo perde o controle do Parlamento.
Em 1º de abril de 2017 tem início uma nova onda de protestos, que dura quatro meses e resulta em 125 mortes.
Maduro convoca uma Assembleia Constituinte, eleita no final de julho, em uma votação boicota pela oposição.
Estabelecida em agosto, a Assembleia Constituinte, não reconhecida por parte da comunidade internacional, demitiu a então procuradora-geral Luisa Ortega, agora opositora, e atribuiu para si a maioria dos poderes do Parlamento.
Em 20 de maio de 2018, Maduro foi reeleito em uma eleição presidencial antecipada, boicotada pela maioria da oposição e não reconhecida pela comunidade internacional.
Novas sanções americanas e europeias são adotadas.
Economia afunda
Em julho de 2018, o FMI antecipa uma inflação anual de 1.000.000% e uma queda do PIB de 18%. Segundo a OPEP, a produção de petróleo caiu pela metade em dez anos.
No final de 2017, várias agências de classificação de risco declararam o país em default parcial a Venezuela e a petroleira PDVSA.
Segundo mandato questionado
O Parlamento declarou ilegítimo o segundo mandato de Nicolás Maduro, que começou em 10 de janeiro, e prometeu uma anistia aos militares que lhe derem as costas.
Em 21 de janeiro, 27 soldados que já não reconheciam Maduro como presidente, entrincheiraram-se em um quartel e foram rapidamente presos.
Em 23 de janeiro, durante uma manifestação da oposição, o presidente do Parlamento, Juan Guaidó, se proclamou "presidente em exercício", prometendo um "governo de transição" e "eleições livres". É rapidamente reconhecido por vários países, incluindo Estados Unidos.
Maduro acusou os Estados Unidos de ter ordenado "um golpe de Estado fascista".
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