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Prêmio Nobel da Paz, Oscar Arias é denunciado por assédio sexual

Oscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz - Reuters
Oscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz Imagem: Reuters

05/02/2019 16h52

O ex-presidente costa-riquenho e Prêmio Nobel da Paz de 1987, Oscar Arias, foi denunciado por assédio sexual contra uma médica e ativista antinuclear, noticiou a imprensa nesta terça-feira (5).

Duas vezes presidente da Costa Rica (1986-1990, 2006-2010), o político de 78 anos, refutou em um comunicado a acusação e afirmou que se defenderá nos tribunais.

A acusação apresentada na segunda-feira foi divulgada pelo Semanario Universidad, segundo o qual a médica e ativista Alexandra Arce von Herold teria sofrido o assédio em dezembro de 2014, durante visita à casa de Arias em San José.

A mulher também enviou o registro da ação ao jornal americano The New York Times, que a publicou extensamente em seu site na internet.

"Abri o folder, expliquei-lhe e quando terminamos, eu me levantei, dando-lhe as costas. Então, ele me agarrou por trás e tocou meus seios", contou a médica ao semanário.

A vítima dirigia a filial costa-riquenha de uma ONG internacional pelo fim das armas nucleares e tinha visitado Arias para pedir apoio para a sua campanha.

Ela contou que o episódio causou graves transtornos em sua vida e a obrigou a se afastar da direção da ONG que tinha fundado na Costa Rica.

"Com respeito às informações publicadas no dia de hoje (terça), devo dizer que rejeito categoricamente as acusações feitas contra mim. Nunca agi desrespeitando a vontade de nenhuma mulher, menos ainda tratando-se de sua liberdade de se relacionar com outra pessoa", diz um comunicado divulgado pelo advogado de Arias, Rodolfo Brenes.

"Em minha vida pública, impulsionei a igualdade de gênero", acrescenta o texto, no qual Arias afirma também que se defenderá da denúncia nos tribunais.

A denúncia ocorre em um momento em que Arias enfrenta acusações na Justiça por prevaricação por autorizar em 2008 um projeto de mineração, posteriormente anulado pela justiça, supostamente com base em informação falsa.

O ex-presidente chefia uma fundação pela paz e pelo desarmamento que leva o seu nome e é uma das personalidades mais influentes na vida política costa-riquenha.