Topo

Veja o que se sabe sobre o dia 'D' da ajuda humanitária para Venezuela

21/02/2019 20h03

Caracas, 21 Fev 2019 (AFP) - O opositor venezuelano Juan Guaidó fixou para sábado, quando completa um mês que ele se autoproclamou presidente interino, para a entrada de ajuda humanitária. Nesta quinta-feira (21), ele partiu em caravana para a fronteira com a Colômbia, mas ainda se desconhecem os detalhes sobre como ele conseguirá isso.

Abaixo, as incógnitas e certezas sobre esse dia:

O que se sabe - O principal centro de armazenamento está na cidade colombiana de Cúcuta, fronteiriça com Táchira (Venezuela). Outros dois pontos estarão no Brasil, no estado Roraima (limítrofe com o estado venezuelano Bolívar), e outro na ilha caribenha de Curaçao.

- Voluntários irão em caravanas às fronteiras terrestres e marítimas, e até Puerto Cabello e La Guaira.

- Guaidó partiu nesta quinta-feira (21) em caravana rumo à fronteira com a Colômbia - distante a 900 km de Caracas - para liderar a entrada de ajuda enviada pelos Estados Unidos.

- O governo suspendeu desde terça-feira de modo "indefinido" voos comerciais e privados para Curaçao, assim como as partidas de navios de todos os portos até domingo 24.

- Um avião proveniente de Miami com 50 toneladas de comida e medicamentos aterrissou em Curaçao.

- O presidente Nicolás Maduro ordenou o fechamento total da fronteira terrestre com o Brasil, e disse que avalia fazer o mesmo com a fronteira com a Colômbia.

- O bilionário britânico Richard Branson organizou o concerto "Venezuela Aid Live" em Cúcuta em 22 de fevereiro para arrecadar 100 milhões de dólares. Em contrapartida, o governo venezuelano convocou outros para sexta-feira, sábado e domingo denominado 'Hands off Venezuela'.

- Os shows acontecerão nos dois extremos da ponte binacional Tienditas, apenas a 300 metros de distância, bloqueado por militares venezolanos con obstáculos para impedir a passagem de ajuda pela via terrestre.

- O show montado por Branson contará com artistas internacionais como os espanhóis Alejandro Sanz e Miguel Bosé, os colombianos Carlos Vives e Juanes, o porto-riquenho Luis Fonsi, o dominicano Juan Luis Guerra e os venezuelanos José Luis Rodríguez ("El Puma") e Nacho.

- O governo de Maduro fará jornadas de assistência médica gratuitas na fronteira e a distribuição de 20.000 caixas de alimentos a habitantes de Cúcuta.

- No sábado a oposição e os apoiadores do governo farão manifestações em todos os estados.

- Mais de 600 toneladas de ajuda se somam aos cerca de 150 milhões de dólares.

O que se desconhece- Não se sabe em que ponto específico da fronteira com a Colômbia Guaidó (proibido de deixar o país) irá - para liderar a operação de entrada de ajuda humanitária.

- A presença de Maduro na fronteira tampouco foi confirmada.

- O método para a entrada da ajuda é desconhecido. Guaidó disse que chegará "por terra e por mar", mas Tienditas está bloqueado e os portos também. A possibilidade de que parte da ajuda seja introduzida por caminhos ilegais não está descartada.

- Não se sabe se serão incluídos centros de armazenamento no estado Zulia, que compartilha fronteira com o departamento da Guajira colombiana.

- O mecanismo para o deslocamento de voluntários não foi anunciado.

- Não está claro se a Força Armada venezuelana, leal a Maduro, impedirá ou poderá controlar a entrada de doações através das porosas fronteiras colombo-venezuelana.

- Ainda não se sabe quem participará do show chavista.

mbj/mis/ltl/cc/mvv