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Pelo menos quatro pessoas morreram na Venezuela em distúrbios por bloqueio de ajuda

25/02/2019 14h41

Caracas, 25 Fev 2019 (AFP) - Pelo menos quatro pessoas morreram na área de fronteira da Venezuela com o Brasil durante tumultos intensos no fim de semana pelo bloqueio da ajuda internacional, informou a ONG Fórum Penal, que também reportou 58 feridos a bala em todo o país.

Os mortos, uma mulher e três homens, pertencem ao grupo étnico indígena Pemón, que vive no estado de Bolívar (sul). Todos foram atacados com armas de fogo em eventos envolvendo militares e grupos de civis armados relacionados ao governo, disse a ONG, uma crítica do governo.

Alfredo Romero, diretor do Fórum Penal, afirmou em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira que foi "um ataque muito específico e muito sério aos povos indígenas", evocando que essas comunidades originárias têm "proteção especial em tratados internacionais".

Durante o fim de semana, as cidades de Santa Elena de Uairén, perto do Brasil, e Ureña e San Antonio del Táchira, na fronteira com a Colômbia, foram palco de intensos distúrbios após o fechamento das fronteiras ordenado pelo governo de Nicolás Maduro para evitar a entrada da ajuda internacional na Venezuela.

Em seu relatório, a Fórum Penal destacou o grande número de feridos. "Ficamos impressionados com o número significativo de feridos a bala", disse Romero.

"Houve pessoas que foram feridas por quatro a cinco disparos. Apenas em Santa Elena de Uairén havia 26 ferimentos de bala e em San Antonio del Táchira 15. O total nacional é de 58 feridos por bala. No hospital de Boa Vista há 20 venezuelanos feridos, dos quais 19 a bala", acrescentou Romero.

O Fórum Penal informou que na área da fronteira com o Brasil há nove pessoas desaparecidas.

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