Vaticano abrirá investigação contra cardeal já condenado por pedofilia
Cidade do Vaticano, 27 Fev 2019 (AFP) - O Vaticano anunciou nesta quarta-feira que vai abrir um inquérito canônico interno contra o cardeal australiano George Pell, um dos conselheiros mais próximos do papa Francisco e considerado culpado de estupro de menor pelo sistema judiciário de seu país.
"Depois da condenação em primeira instância do Cardeal Pell, a Congregação para a Doutrina da Fé cuidará agora deste caso de acordo com os termos e prazos estabelecidos pela lei canônica", anunciou o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, em um comunicado.
Este procedimento pode resultar em sanções, sendo a mais pesada o retorno à vida laica, como foi o caso com o ex-cardeal americano Theodore McCarrick, punido em meados de fevereiro, depois de acusações de abuso sexual de menores e jovens homens.
No caso do ex-arcebispo emérito de Washington, o Vaticano não esperou pelo desenvolvimento dos procedimentos penais para abrir sua própria investigação.
Com 77 anos, o cardeal Pell, que alega inocência e apelou, deve passar sua primeira noite atrás das grades em Melbourne depois do veredicto de dezembro, o que aconteceu apenas na terça-feira por razões legais.
O Vaticano reagiu a esta "notícia dolorosa", assegurando o seu "profundo respeito" pela justiça australiana e lembrando que o cardeal Pell disse ser inocente e que tem "o direito de se defender até a última instância".
À noite, Gisotti informou no Twitter que o cardeal australiano não estava mais à frente da poderosa secretaria da Economia, cargo do qual estava apenas de licença.
Nenhuma informação foi dada sobre o seu sucessor.
Em dezembro, porém, ele foi demitido do conselho de nove cardeais, chamado "C9", para ajudar o papa Francisco a reformar a administração da Santa Sé.
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