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Ex-presidente Kirchner também será julgada por lavagem de dinheiro

28/02/2019 20h11

Buenos Aires, 28 Fev 2019 (AFP) - A ex-presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015) e seus dois filhos, Máximo e Florencia, enfrentarão um julgamento oral ainda sem data, acusados de lavagem de dinheiro através do aluguel de hotéis da família, decidiu nesta quinta-feira o juiz federal Julián Ercolini.

Será o segundo julgamento da ex-presidente. O primeiro começa em 21 de maio. Ela é acusada de favorecer o empresário Lázaro Baez com a concessão de 51 obras públicas no valor de 46 bilhões de pesos (1,15 bilhão de dólares) em Santa Cruz (Patagônia), no sul da Argentina.

O juiz Ercolini, que concluiu que as manobras ilegais foram realizadas por 80 milhões de pesos (dois milhões de dólares), encerrou quinta-feira a investigação do caso "Hotesur" e levou o caso a julgamento, cuja data será definida por um tribunal.

Kirchner também é processada no caso denominado "cadernos de corrupção" por preços cartelizados e propinas em obras públicas, que também envolve cem empresários e ex-funcionários.

Hotesur é o nome do empreendimento hoteleiro que os Kirchners têm na província de Santa Cruz, e através do qual a Justiça suspeita que houve manobras para lavar dinheiro e pagar propinas.

Os promotores do caso "Hotesur" consideraram que foi mantida uma estrutura corporativa, econômica e contábil que as partes envolvidas usaram para executar lavagem de fundos ilícitos.

De acordo com o juiz, os acusados obtiveram o dinheiro "através da licitação irregular da maior parte do trabalho de estrada pública na província de Santa Cruz" (sul), feudo político do falecido presidente Néstor Kirchner e sua esposa.

O magistrado ordenou que o Banco Central congelasse as contas bancárias dos oito acusados do caso.

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