Venezuela acusa Trump e Bolsonaro de fazerem "apologia à guerra"
O governo da Venezuela acusou hoje Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de fazerem "apologia à guerra", após as declarações dos dois líderes de que é preciso aumentar a pressão para tirar Nicolás Maduro do poder.
Em entrevista coletiva, Bolsonaro afirmou que o Brasil e os Estados Unidos "farão o possível" no combate à ditadura de Maduro e não descartou ceder o território brasileiro para uma possível intervenção militar norte-americana na Venezuela.
Resulta grotesco ver dois chefes de Estado como responsabilidades internacionais fazer apologia da guerra, sem qualquer vergonha, em flagrante violação à Carta das Nações Unidas
Ministério das Relações Exteriores da Venezuela
Trump e Bolsonaro se voltaram contra Maduro durante o encontro que mantiveram nesta terça-feira, em Washington, o que coincidiu com novas sanções do departamento americano do Tesouro, agora contra a estatal venezuelana Minerven e seu presidente por operações ilegais com ouro.
Trump reafirmou que todas as opções estão sobre a mesa, incluindo a militar, e pediu a Força Armada que retire seu apoio a Maduro.
Bolsonaro disse que conversou com Trump sobre permitir que tropas americanas estacionem no Brasil, na região da fronteira com a Venezuela.
Caracas qualificou tais declarações de "perigosas" e denunciou a "ameaça contra a paz e a segurança internacionais".
"Nenhuma aliança neofascista conseguirá dobrar a vontade independente e soberana do povo venezuelano, e também não terão sucesso ao tentar semear o ódio e estratégias bélicas" entre os países do continente".
Trump e Bolsonaro não reconhecem a legitimidade de Maduro por considerar sua reeleição em 2018 fraudulenta, e apoiam o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.
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