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Coreia do Norte nega na ONU existência de campos de detenção para presos políticos

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un - REUTERS/Shamil Zhumatov
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un Imagem: REUTERS/Shamil Zhumatov

09/05/2019 15h36

A Coreia do Norte desmentiu nesta quinta-feira (9) a existência de campos de presos políticos em seu território, durante um debate na ONU sobre a situação dos direitos humanos no país.

A delegação norte-coreana teve de ouvir as críticas, principalmente dos Estados Unidos e de outros países ocidentais, durante o Exame Periódico Universal (EPU) da República Democrática da Coreia (RPDC) diante do Conselho de Direitos Humanos em Genebra.

Todos os países-membros da ONU devem se submeter a esse exame a cada cinco anos.

O representante americano, Mark Cassayre, liderou as críticas.

"A situação dos direitos humanos na Coreia do Norte é deplorável e não tem equivalente no mundo moderno" acrescentou.

Cassayre pediu a Pyongyang que "desmantele imediatamente todos os campos de prisioneiros políticos" e "liberte todos os detentos".

"Continuamos profundamente preocupados com a sorte de 80 mil a 120 mil pessoas detidas em condições deploráveis nos campos de presos políticos, incluindo os milhares de indivíduos encarcerados simplesmente por possuir um texto religioso, ou ter entrado em contato com membros de uma Igreja", acrescentou.

Em defesa do regime de Kim Jong-un, um membro do Tribunal Supremo norte-coreano, Pak Kwang Ho, desmentiu categoricamente a existência desses campos.

"Não há presos políticos nem campos de prisioneiros políticos no vocabulário do Direito Penal e do Código Penal da RPDC", destacou.

As tarefas impostas aos detidos "nos reformatórios (...) não são trabalho forçado", acrescentou.

Esses presos trabalham oito horas por dia "como qualquer outro cidadão" e têm direito a descanso nos domingos e feriados.

Em 2014, uma comissão de investigação da ONU concluiu que "foram cometidos e continuam sendo cometidos crimes contra a Humanidade" na Coreia do Norte.

A questão dos direitos humanos foi deixada de lado nas negociações entre Pyongyang, Washington e Seul desde o ano passado.