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Senadores dos EUA tentam bloquear venda de armas para Arábia Saudita

14,mar.2017 - Donald Trump recebe Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro saudita - Evan Vucci/AP
14,mar.2017 - Donald Trump recebe Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro saudita Imagem: Evan Vucci/AP

Em Washington

05/06/2019 12h58

Senadores de todo espectro político dos Estados Unidos estão se mobilizando para bloquear um plano do presidente Donald Trump de vender armas para a Arábia Saudita e outros aliados árabes por US$ 8,1 bilhões.

No mês passado, o governo Trump disse que usaria poderes especiais para desafiar o Congresso e fornecer munição, manutenção de aeronaves e outros componentes militares para Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

A medida enfureceu os legisladores, que acreditam que armas poderiam ser usadas para matar civis no Iêmen, onde a Arábia Saudita e os EAU lideram uma ofensiva e milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome.

O senador Lindsey Graham, um republicano geralmente alinhado com Trump, expressou esperança em um "forte apoio bipartidário" para evitar as vendas.

"Embora eu entenda que a Arábia Saudita seja um aliado estratégico, o comportamento de Mohamed bin Salman não pode ser ignorado. Agora não é o momento de fazer negócios como de costume na Arábia Saudita", disse Graham, referindo-se ao ambicioso príncipe herdeiro do reino.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, garantiu que o governo não seguirá o processo usual de enviar o projeto de venda ao Congresso por causa da emergência representada pelo Irã. O país é rival regional da Arábia Saudita e apoia os rebeldes huthis que controlam grande parte do Iêmen.

Os senadores anunciaram que vão apresentar uma resolução de desaprovação - como podem fazer para as vendas formalmente introduzidas na Casa - para os 22 contratos de armas.

Trump pode, contudo, vetar qualquer resolução desse tipo. Nesse caso, o Senado e a Câmara de Representantes precisariam de uma esmagadora maioria de dois terços para anular esse veto.

O descontentamento do Congresso com a Arábia Saudita aumentou desde o assassinato em outubro do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, que escrevia para o jornal "The Washington Post" e morava na Virgínia.

Khashoggi foi estrangulado e seu corpo foi desmembrado depois de entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, segundo autoridades turcas e americanas.