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Veteranos expressam admiração por Trump em comemoração do Dia D

Presidente da França Emmanuel Macron e o presidente dos Estados Unidos Donald Trump na cerimônia de comemoração ao aos 75 anos do Dia D na Normandia - Ian Langsdon/Pool/AFP
Presidente da França Emmanuel Macron e o presidente dos Estados Unidos Donald Trump na cerimônia de comemoração ao aos 75 anos do Dia D na Normandia Imagem: Ian Langsdon/Pool/AFP

06/06/2019 17h04

Veteranos de guerra, como o americano Jack Gutman, voltaram à Normandia esta semana pela primeira vez em 75 anos e expressaram admiração pelo presidente Donald Trump, apesar das controvérsias que desperta na Europa.

Quando em 6 de junho de 1944 Gutman chegou à praia de 'Omaha', o então soldado americano de 18 anos participava de um dos maiores atos de cooperação transatlântica jamais vista.

Sua participação nos atos posteriores ao desembarque na Normandia, conhecido como Dia D, durante a presidência de Franklin D. Roosevelt, ajudou a expulsar os nazistas da França e foi um fator muito importante para a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial.

Nesta semana, ao retornar à Normandia, o veterano se define como admirador do presidente Trump, apontado por seus detratores de não respeitar essa aliança transatlântica.

"Se pudesse encontrá-lo, seria emocionante para mim, porque ele tem feito muito para ajudar nosso país", disse este residente da Califórnia à AFP no cemitério militar americano em Colleville-sur-Mer, antes da chegada de Trump à cerimônia comemorativa.

O dirigente americano foi recebido de forma efusiva por parte dos veteranos ao chegar ao local ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron.

"Você também é nosso presidente. Venha por aqui", disse um dos veteranos a Trump antes de cumprimentá-lo.

"Há muitas pessoas na Pensilvânia que pretendem votar em você", disse o senhor, diante da aparente alegria do presidente e de sua equipe.

'Faz muito pelos veteranos'

O credo de Trump se baseia no lema os "Estados Unidos primeiro", que para os críticos é contrária à participação americana na Otan e sua parceria histórica com Europa.

Mas para alguns dos poucos veteranos que viram em primeira mão os custos (e benefícios) da invasão aliada, o isolacionismo beligerante de Trump não afetou seu apoio.

Eles elogiam um presidente que para eles faz o que é preciso para obter resultados.

Assim, o mais importante que mencionam é o trabalho do governo Trump para permitir que milhões de veteranos que enfrentam longos períodos de espera para serem atendidos nos centros de saúde públicos consigam agora atendimento particular, pago pelo Estado.

Esta relevante mudança de política segue ao escândalo que surgiu em 2014, quando ocorreram atrasos e falhas de gestão na Administração de Veteranos.

"Ele é o único presidente que conheci que está fazendo muito pelos veteranos", disse George Ciampa, um participante do Dia D que está preparando um documentário sobre as experiências de seus companheiros.

'Ele resolve' as coisas

Ciampa era parte de uma equipe de resgate de vítimas que encontraria e enterraria cerca de 75 mil vítimas americanas e alemãs nos 11 meses posteriores ao desembarque do Dia D.

Trump, ao contrário, sempre foi acusado de ter evitado o alistamento militar para combater no Vietnã, argumentando que não foi à guerra por conta de um problema nos ossos dos pés.

Mas isto não o impediu de contar com o apoio de Ciampa.

"Fui democrata durante anos, votei em Kennedy e outros", declarou numa cerimônia privada na véspera da visita de Trump.

Agora se define como um conservador independente, que aprecia seu comandante em chefe como um líder pragmático.

"Ele não é uma pessoa política, ele vê um problema e conserta o problema", disse Ciampa.

"Foi isso o que fez George S. Patton", acrescentou, ao se referir ao célebre general que comandou as forças americanas na Europa na fase final da guerra.

"Tinha o mesmo caráter que Trump, e ajudou a ganhar a guerra aqui", afirmou.

Sua aprovação reflete o apoio recebido por Trump entre os veteranos nas eleições presidenciais de 2016. As pesquisas de boca de urna mostraram que havia vencido por um margem de dois a um sobre Hillary Clinton.

Mas as posturas intransigentes de Trump ganham terreno em particular entre a geração para a qual servir ao país significava desafiar uma chuva de balas nazistas na costa da Normandia.

"Está fazendo algo difícil, e não é querido por muitas pessoas", disse Gutman.

Dia D completa 75 anos nesta quinta-feira (06)

TV Folha