Campo de concentração? Sujeira e fome chocam detenções de imigrante nos EUA

"Não fiquei surpreso pelo que vi!" Foi assim que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, reagiu a um centro de migrantes superlotado, no Texas, visitado por ele na sexta-feira (12). Em declaração à imprensa, ele culpou a "crise migratória" por "sobrecarregar" o sistema prisional americano de imigrantes, comparado pela oposição a campos de concentração.

"Não fiquei surpreso pelo que vi. Sabia que veríamos um sistema que está superlotado. Está sobrecarregado, e é por isso que o Congresso tem que agir", disse Pence à imprensa.

Suas declarações foram dadas depois da visita ao posto de McAllen, na fronteira com o México, onde viu 384 homens detidos em precárias condições. Os detentos não tinham camas ou colchões em meio a um odor insuportável.

Os jornalistas que o acompanharam tiveram permissão para ficar no local por cerca de um minuto e meio. Segundo seus relatos, os detidos - que teriam cruzado a fronteira ilegalmente - não tinham espaço sequer para deitar no chão.

Alguns gritaram. Diziam que estavam há mais de 40 dias no local. Pediam comida ou o direito de, pelo menos, escovar os dentes.

Michael Banks, agente da patrulha fronteiriça em McAllen, negou que algum imigrante esteja no centro há mais de 32 dias, mas reconheceu que muitos estão há dez ou 20 dias sem tomar banho. Banks também garantiu que os detentos recebem três refeições quentes diárias.

"Diante do que vimos hoje aqui, a superlotação deste posto fronteiriço e a crise geral em nossa fronteira, é o Congresso que deve fazer mais", criticou Pence.

A visita de Pence se deu em meio a vários protestos em diferentes pontos do país contra os centros de detenção de migrantes, classificados como "campos de concentração" pelos manifestantes.

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