Não Alinhados exigem aos EUA fim das sanções contra Venezuela e outros países
Caracas, 22 Jul 2019 (AFP) - O Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL) exigiu neste domingo a suspensão de sanções econômicas unilaterais, em uma declaração aprovada durante a reunião ministerial do bloco em Caracas, marcada por constantes críticas aos Estados Unidos e suas políticas em relação a Venezuela, Cuba, Irã e Síria.
O MNOAL, integrado por 120 países, rejeitou o "unilateralismo" e as "medidas adotadas unilateralmente por certos Estados, que podem levar à erosão e à violação da Carta das Nações Unidas, da lei internacional e dos direitos humanos".
Também condenou "o uso ou ameaça do uso da força", segundo a Declaração Política de Caracas.
O texto não menciona expressamente os Estados Unidos, mas o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, havia acusado no sábado Washington de "aventureirismo unilateral" e "terrorismo econômico".
"São meios de agressão, dirigidos aos civis para conseguir objetivos políticos (...), isto é terrorismo, terrorismo puro e simples", insistiu Zarif neste domingo.
O documento aprovado no encontro, que começou no sábado e terminou no domingo, pede a "revogação" das medidas "completamente e imediatamente".
O governo de Donald Trump intensificou suas sanções contra a Venezuela, incluindo um embargo petroleiro que entrou em vigência em abril passado, em sua pressão contra o governo de Nicolás Maduro, que qualifica de "ditadura".
As relações entre Washington e Teerã se deterioraram aceleradamente desde que Trump decidiu, em maio de 2018, retirar os Estados Unidos do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, assinado em 2015, e reativar medidas contra o Irã.
Durante os debates do MNOAL (fundado na década de 1970 como alternativa à Guerra Fria entre Estados Unidos e a extinta União Soviética) foi citado um projeto de acordo referido especificamente a Venezuela, no qual se pede "a suspensão imediata" das sanções americanas.
Lido pelo chanceler da Bolívia, Diego Pary, chama a "promover" iniciativas de diálogo ante a crise venezuelana, em meio aos contatos iniciados por delegados de Maduro e o líder opositor Juan Guaidó.
O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, disse que o governo continuará as negociações em "busca de um acordo".
A presença de Zarif foi um dos focos de atenção, em plena crise pelo navio petroleiro de bandeira britânica retido por Teerã após ser interceptado no estreito de Ormuz, mas o chanceler iraniano não tratou do assunto.
A reunião foi preparatória da cúpula do MNOAL de outubro, em Baku, Azerbaijão, país que receberá a presidência rotativa do bloco das mãos da Venezuela.
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