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Candidatos acusados de racismo são excluídos das eleições em Israel

Benzi Gopstein (esq) e Baruch Marzel (dir) foram acusados de racismo e vetados de disputar as eleições em Israel - Montagem de fotos de Menahem Kahana/AFP
Benzi Gopstein (esq) e Baruch Marzel (dir) foram acusados de racismo e vetados de disputar as eleições em Israel Imagem: Montagem de fotos de Menahem Kahana/AFP

26/08/2019 06h47

Dois membros de um partido de extrema-direita acusados de racismo foram vetados pelo Supremo Tribunal de Israel e não disputarão as eleições legislativas de 17 de setembro.

Integrantes do partido Força Judaica, Benzi Gopstein e Baruch Marzel não poderão participar nas eleições, anunciou o tribunal em um comunicado, que cita a lei que condena a "incitação ao racismo" por parte de candidatos.

O partido Força Judaica defende empurrar "os inimigos de Israel a emigrar com o objetivo de conservar o caráter judeu do Estado de Israel", em referência aos palestinos e árabes israelenses que cometem ataques anti-israelenses. Também promove a anexação da Cisjordânia, ocupada por Israel, onde vivem mais de 2,5 milhões de palestinos.

O partido tem em suas raízes o rabino americano-israelense Meir Kahane, fundador do partido anti-árabe Kach e inspirador de Baruch Goldstein, autor em 1994 do massacre de 29 palestinos que rezavam em Hebron, Cisjordânia.

O Supremo Tribunal, no entanto, confirmou a candidatura de Itamar Ben-Gvir, o colono israelense que lidera a lista eleitoral do Força Judaica para as eleições de setembro, célebre por defender judeus acusados de violência, incluindo os colonos radicais julgados por um incêndio na Cisjordânia em 2015 que matou um bebê palestino de 18 meses e seus pais.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, líder do partido Likud, foi muito criticado por negociar a inclusão do Força Judaica na coalizão de partidos de direita.