Invocação ao Tiar é tentativa de 'derrubar' Maduro, diz Uruguai
O Uruguai rejeitou a invocação ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) por parte dos Estados Unidos e de outros países no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar da crise na Venezuela.
Para Montevidéu, trata-se de uma tentativa de usar a força para "derrubar um governo sul-americano".
O comunicado publicado ontem na página da Presidência uruguaia, citando o chanceler Rodolfo Nin Novoa, expressa que "o Uruguai se negou a apoiar esta convocação que mostra uma clara tentativa, novamente, de manejar politicamente instrumentos jurídicos internacionais, a favor de interesses, cuja única meta é a derrubada de um governo, não importa a legitimidade do procedimento que se utilize".
Na quinta-feira, os Estados Unidos argumentaram que o TIAR é necessário diante dos exercícios militares do governo de Nicolás Maduro na fronteira com a Colômbia, ao considerar que o presidente "Nicolás Maduro não é uma ameaça apenas para o povo venezuelano, mas que suas ações ameaçam a paz e a segurança dos vizinhos da Venezuela".
O Uruguai lembrou que, durante uma sessão do Conselho Permanente da OEA na quarta-feira, foi rejeitada uma emenda proposta pela Costa Rica. Nela, excluía-se de forma expressa o uso da força no marco do tratado regional. O governo uruguaio considera que "a única leitura possível desta rejeição é que pretendem, exatamente, usar a força".
Os Estados promotores deste mecanismo "tentam dar legitimidade a uma intervenção armada que põe por terra os esforços feitos pela OEA em 70 anos para que os conflitos entre os países da região se resolvam pela via pacífica", acrescentou o chanceler uruguaio.
Nesta sessão, o Conselho Permanente da OEA convocou os chanceleres dos 19 países signatários do TIAR para se reunirem na segunda quinzena de setembro. O Uruguai se absteve na votação.
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