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Relatório descarta motivação política em investigação do FBI sobre Trump

"Isto não deveria acontecer com qualquer presidente", disse Trump, que descreveu a investigação como "tentativa de golpe" - Leah Millis/Reuters
"Isto não deveria acontecer com qualquer presidente", disse Trump, que descreveu a investigação como "tentativa de golpe" Imagem: Leah Millis/Reuters

09/12/2019 20h13

Washington, 9 dez 2019 (AFP) - O FBI não teve motivação política quando iniciou, em 2016, uma investigação sobre os possíveis vínculos entre a equipe de campanha de Donald Trump e a Rússia, revela um relatório oficial publicado nesta segunda-feira.

"Não encontramos evidência de viés político ou motivação imprópria" que tenha pesado sobre a decisão de iniciar a investigação, escreveu o inspetor-geral do departamento de Justiça, Michael Horowitz.

Segundo o inspetor-geral, a decisão baseada na informação de um elemento estrangeiro "confiável" cumpriu um "objetivo autorizado".

O relatório admite que alguns agentes posteriormente cometeram "erros e omissões", particularmente quando pediram autorização para grampear as conversas de um ex-assessor do então candidato Trump.

A admissão serviu de consolo e munição para Trump. "O que ocorreu é uma pena", comentou o presidente americano, cujo mandato foi afetado em seus dois primeiros anos por estas investigações.

"Isto não deveria acontecer com qualquer presidente", continuou, descrevendo a investigação como "tentativa de golpe de Estado".

O relatório "mostra claramente que o FBI iniciou uma investigação intrusiva de um candidato presidencial com base em suspeitas que, na minha opinião, eram insuficientes para justificar as medidas adotadas", declarou o procurador-geral, Bill Barr.

Já a oposição democrata avalia que o relatório "derruba a teoria da conspiração (...) que o presidente Trump e os republicanos no Congresso propagaram durante anos (...) para desviar a atenção dos graves erros do presidente".

A investigação, iniciada pelo FBI, foi entregue em 2017 ao procurador-especial Robert Mueller, que após quase dois anos concluiu não haver evidência de conluio entre Moscou e a equipe de campanha de Trump.

Mas Mueller descreveu uma série de inquietantes pressões de Trump sobre sua investigação, dizendo que não poderia exonerá-lo de obstrução à Justiça.

O FBI ficou satisfeito com a publicação do relatório.