"Não matem seus manifestantes", diz Trump a governo do Irã
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez hoje uma ameaça velada ao Irã pelo Twitter ao pedir que o rival persa não mate os manifestantes que protestam contra o governo após a admissão de que um avião com 176 passageiros foi abatido por engano na quarta-feira (8).
Em dezembro, a Anistia Internacional acusou o governo iraniano de ter matado mais de 300 pessoas ao reprimir protestos ocorridos no país em novembro de 2019.
Em letra maiúscula, Trump escreveu: "NÃO MATEM SEUS MANIFESTANTES. O mundo está observando. Mais importante, os Estados Unidos estão olhando", acrescentou.
Em outro tuíte escrito em persa, o presidente norte-americano aproveitou a onda de protestos para oferecer solidariedade ao povo iraniano. "Eu estive ao lado de vocês desde o começo da minha presidência, e a minha administração continuará ao seu lado", tuitou Trump.
Ele disse que os manifestantes são inspiradores e pediu que observadores internacionais sejam autorizados a entrar no Irã para verificar, in loco, os protestos.
Negociações
Apesar do tom ameaçador de Trump, os Estados Unidos ainda estariam abertos para conversar com o Irã "sem condições prévias", disse hoje o secretário de Defesa Mark Esper..
Os Estados Unidos estariam dispostos a buscar com a República Islâmica "um novo caminho, uma série de medidas que tornarão o Irã um país mais normal", disse o chefe do Pentágono à CBS.
Irã reconhece abate acidental de avião
A República Islâmica reconheceu no sábado sua responsabilidade nesta catástrofe, na qual 176 pessoas morreram.
Segundo Teerã, o desastre foi provocado por um "erro humano", mas sua origem foi o "aventureirismo" dos Estados Unidos. O Irã pediu desculpas pelo incidente, enquanto o presidente ucraniano. Volodymyr Zelensky. exigiu a punição dos culpados e indenizações iranianas pela tragédia.
O aparelho, no qual viajavam 176 pessoas, foi identificado como um "avião hostil" e "atingido" no momento em que a ameaça inimiga se encontrava "no mais alto nível", revelou um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Irna.
O general Amir Ali Hajizadeh, um dos comandantes da Guarda Revolucionária do Irã, disse que sua unidade assume "total responsabilidade" sobre o ataque ao avião ucraniano. Ele afirmou em pronunciamento transmitido pela televisão estatal que, ao saber do abate, desejou que ele próprio tivesse morrido. "Preferia estar morto a testemunhar um acidente semelhante".
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