Ex-secretário do governo Bolsonaro e ligados a Cid: quem são os alvos da PF

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (19) quatro militares do Exército e um policial federal suspeitos de elaborar um plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes em dezembro de 2022.

O que aconteceu

Os alvos do Exército são três militares da ativa e um da reserva. O único reservista é o general Mario Fernandes, que foi secretário-executivo do ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência) no governo de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a ser ministro interino. Os da ativa são três militares no posto de tenente-coronel: Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo.

O general Mario Fernandes também foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde de Bolsonaro. Depois de entrar para a reserva, em 2020, Fernandes ocupou postos no governo Bolsonaro de outubro daquele ano até o fim do governo, em dezembro de 2022. Em março de 2023, foi contratado pelo gabinete de Pazuello e ficou no cargo por um ano, até março de 2024.

Dois militares estavam em serviço na Cúpula do G20, que acontece nesta semana no Rio de Janeiro. Hélio Ferreira Lima e Rodrigo Azevedo foram escalados para a missão de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para fazer a segurança de chefes de Estado presentes na capital fluminense. Os dois foram presos pela PF no Comando Militar do Leste, no Rio.

Dos cinco presos hoje, um não é militar. É o policial federal Wladimir Matos Soares, que é policial federal no Rio de Janeiro.

Quem são os militares

O general da reserva Mario Fernandes, um dos alvos da operação
O general da reserva Mario Fernandes, um dos alvos da operação Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mario Fernandes. Promovido a general de brigada em 2016, Fernandes passou para a reserva em agosto de 2020, quando comandava as chamadas Forças Especiais, os chamados "kids pretos", que são suspeitos de planejar as ações golpistas. Em novembro de 2022, após a derrota de Bolsonaro, ele pressionou o então comandante do Exército, Freire Gomes, a aderir ao golpe: "É agora ou nunca mais, comandante, temos que agir!", escreveu ele, segundo uma reportagem da revista piauí.

O tenente-coronel da ativa Hélio Ferreira Lima
O tenente-coronel da ativa Hélio Ferreira Lima Imagem: Reprodução

Hélio Ferreira Lima. Tenente-coronel da ativa, de 46 anos, ele foi exonerado do cargo de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, em fevereiro de 2024, após ter sido alvo de uma operação da PF que apurou reuniões de teor golpista entre militares após a derrota de Bolsonaro na eleição.

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O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira
O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira Imagem: Arquivo pessoal/reprodução

Rafael Martins de Oliveira. Também tenente-coronel da ativa, ele era conhecido como "Joe" e também fazia parte do grupo de "kids pretos" ao final do governo Bolsonaro, após as eleições de 2022. Ele é investigado por ter pedido orientações ao coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, quanto aos locais para realização das manifestações após a vitória de Lula.

O tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo
O tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo Imagem: Reprodução

Rodrigo Bezerra de Azevedo. Outro tenente-coronel da ativa. Ele era o único dos três militares do Exército que ainda não tinha sido alvo de operações da PF —Fernandes, Lima e Oliveira já tinham sofrido operações de busca e apreensão. Azevedo vinha sendo escalado, nos últimos meses, para missões do Exército no exterior.

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