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Violência no noroeste da Síria fez 900 mil deslocados desde dezembro

15.fev.2020 - Crianças se equilibram em cima de um caminhão-pipa cheio de objetos, no vilarejo rural Saharah, entre as províncias de Aleppo e Idlib, enquanto pessoas fogem dessas regiões, afetadas por ações militares do governo da Síria - Ibrahim Yasouf/AFP
15.fev.2020 - Crianças se equilibram em cima de um caminhão-pipa cheio de objetos, no vilarejo rural Saharah, entre as províncias de Aleppo e Idlib, enquanto pessoas fogem dessas regiões, afetadas por ações militares do governo da Síria Imagem: Ibrahim Yasouf/AFP

17/02/2020 13h44

O conflito no noroeste da Síria alcançou "um nível terrível" e provocou a fuga de 900 mil pessoas desde o início, em dezembro, da ofensiva do regime de Damasco no noroeste do país, denunciou hoje a ONU.

"Acreditados que 900 mil pessoas foram deslocadas desde o dia 1º de dezembro, em sua maioria mulheres e crianças", declarou em comunicado o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock.

Este número representa um aumento de 100 mil deslocados em relação ao balanço anterior, divulgado na quinta-feira passada.

"Eles estão traumatizados e obrigados a dormir do lado de fora em temperaturas congelantes porque os campos de refugiados estão superlotados. As mães queimam plástico para aquecer seus filhos. Bebês e crianças morrem de frio", disse Lowcock, indignado.

O regime sírio lançou uma ofensiva em dezembro com o apoio de Moscou contra o último grande reduto jihadista e rebelde da Síria, na região de Idlib e em setores adjacentes.

Para Lowcock, "a violência no noroeste da Síria é cega e a única opção é um cessar-fogo".

"Recebemos informações de que os locais onde estão as pessoas deslocadas estão sendo atacados, o que tem causado mortes, feridos e novos deslocamentos".

"Os próprios trabalhadores humanitários estão sendo obrigados a se deslocar, porque também estão morrendo", acrescentou o funcionário da ONU.

"Uma enorme operação de resgate" foi lançada da Turquia, mas o pessoal está sobrecarregado pela magnitude da catástrofe, explicou.

"A maior tragédia humanitária do século 21 só será evitada se os membros do Conselho de Segurança (...) deixarem de lado seus interesses individuais", afirmou.

Iniciada em março de 2011 com a repressão de manifestações pacíficas, a guerra na Síria causou mais de 380 mil mortes.