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Segunda onda de coronavírus pode ser ainda pior nos Estados Unidos, diz diretor dos CDCs

17.abr.2020 - Robert Redfield, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doença - Leah Millis/Reuters
17.abr.2020 - Robert Redfield, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doença Imagem: Leah Millis/Reuters

Em Washington

22/04/2020 06h44

Uma segunda onda de coronavírus nos Estados Unidos pode ser ainda mais desastrosa porque provavelmente coincidiria com a temporada de gripe, afirmou Robert Redfield, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doença (CDC).

Redfield pediu aos americanos que se preparem nos próximos meses e que tomem a vacina contra a gripe.

"Existe a possibilidade de que o ataque do vírus em nossa nação no próximo inverno seja realmente mais difícil do que o que acabamos de atravessar", declarou Redfield em uma entrevista ao jornal Washington Post publicada ontem à noite.

"Nós teremos a epidemia de gripe e a epidemia de coronavírus ao mesmo tempo", completou.

Estados Unidos registram mais de 800 mil casos de covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins, com quase 45.000 mortes, o maior número para um país.

Bilhões de pessoas no mundo receberam a ordem de permanecer em suas casas nas últimas semanas para tentar evitar o colapso dos sistemas de saúde por uma propagação em larga escala do vírus, altamente contagioso.

Como em muitos outros países, as autoridades americanas encontram dificuldades para garantir o número suficiente de respiradores para os pacientes e equipamentos de proteção para os profissionais da saúde.

Redfield disse que o vírus chegou aos Estados Unidos justamente quando a temporada de gripe, que por si só pode aumentar a pressão sobre centros de saúde, estava se dissipando.

Se as duas doenças tivessem atingido o pico ao mesmo tempo, afirmou ao Post, "poderia ter sido muito, muito, muito difícil" para o sistema de saúde administrar.

Tomar a vacina contra a gripe "pode permitir que exista uma cama de hospital disponível para sua mãe ou avó, caso elas sejam infectadas com o coronavírus".