França retoma lockdown e EUA registram recorde de casos de covid-19
A França retomou o confinamento generalizado hoje, enquanto os Estados Unidos registraram o recorde de 90 mil casos positivos em 24 horas, mais uma prova de que a pandemia de coronavírus se agrava ao redor do mundo.
Desde quinta-feira à meia-noite (20h de Brasília), a França, que tem mais de 36 mil mortes desde o início da epidemia, está em confinamento pela segunda vez, mas desta vez a medida é diferente do sistema adotado durante a primavera (hemisfério norte).
As creches e escolas permanecerão abertas com um protocolo sanitário reforçado para que muitos pais possam continuar trabalhando. Mas os estabelecimentos comerciais "não essenciais" estão de portas fechadas, assim como os cinemas e salas de espetáculos.
"Não há outra solução", afirmou ontem o primeiro-ministro Jean Castex, que prevê um pico de hospitalizações em novembro "maior do que em abril".
As autoridades francesas temem um colapso dos CTIs (Centros de Terapia Intensiva), que já estão com mais da metade dos 5.800 leitos disponíveis ocupados.
A França se tornou um dos poucos países ou regiões da Europa, ao lado da Irlanda e de Gales, a optar pelo confinamento de toda a população, a ferramenta mais poderosa de combate à covid-19.
Ontem, muitos franceses correram para os salões beleza e vários seguiram para os mercados para comprar cartuchos de tinta ou papel higiênico.
Algumas cidades registraram pequenos protestos ontem à noite contra o confinamento.
Recorde nos Estados Unidos
A situação também piora nos Estados Unidos, na reta final da campanha eleitoral. A maior potência mundial registrou ontem um novo recorde de casos de covid-19 em 24 horas, superando pela primeira vez a barreira 90 mil novos contágios, de acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins.
A apenas cinco dias das eleições presidenciais, o candidato democrata Joe Biden concentra os ataques a Donald Trump por sua gestão da crise de saúde.
A economia dos Estados Unidos registrou uma grande recuperação no terceiro trimestre, com um crescimento recorde do PIB de 33,1% em projeção anual, mas os dados oficiais estão longe de marcar o fim da crise.
O país continua sendo o mais afetado pelo coronavírus, com 228.625 mortes desde o início da pandemia, seguido por Brasil (158.969), Índia (120.527) e México (90.773).
Em todo o planeta, a pandemia infectou mais de 44,5 milhões de pessoas e provocou mais de 1,175 milhão de mortes desde o fim de dezembro, de acordo com um balanço da AFP com base em números oficiais.
Chuva de restrições
Na Europa, os países adotam várias medidas para enfrentar a segunda onda do coronavírus.
Na Espanha, cinco regiões, incluindo Madri, ordenaram o fechamento do perímetro do território (não se pode entrar nem sair) e os deputados aprovaram a prorrogação do estado de alarme por seis meses.
Na Grécia, a segunda maior cidade do país país, Salônica, decidiu fechar os bares e restaurantes a partir desta sexta-feira. Apesar de descartar o confinamento generalizado como na primavera, o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis afirmou que anunciará "um plano de ação de um mês para evitar o pior".
A Bélgica, país onde o coronavírus circula intensamente, convocou uma reunião de crise para sexta-feira. "O pior está para acontecer", disse um porta-voz do governo.
Na Inglaterra novas regiões entram no sábado no nível de alerta 2, que proíbe reuniões entre pessoas que não moram no mesmo imóvel. Mas o governo britânico resiste a um confinamento.
Em Portugal, além de determinar a obrigatoriedade do uso de máscara nas ruas, o governo proibiu os deslocamentos não justificados entre municípios de sexta-feira a terça-feira, com o objetivo de limitar as reuniões por ocasião da festa católica de Todos os Santos.
Em outros continentes, o Irã registrou um recorde de novos casos confirmados de coronavírus, com 8.293 pessoas infectadas em 24 horas.
Na Tunísia, o primeiro-ministro anunciou um toque de recolher de segunda-feira a sexta-feira das 19h às 4h GMT e de 18h às 4h GMT nos fins de semana, sem revelar a duração.
Diante do aumento de casos de coronavírus, Colombo, capital do Sri Lanka, também ficará confinada a partir de sexta-feira durante três dias. A medida foi adotada 24 horas após a visita ao país do secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
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