Europeus protestam contra restrições por pandemia, que podem durar meses
Vários países europeus foram palco de manifestações neste final de semana contra as restrições impostas por causa da pandemia — medidas que podem durar meses — segundo as autoridades alemãs, enquanto o vírus continua a se espalhar pelo planeta, com mais de 1 milhão de casos no México.
A pandemia causou ao menos 1.313.471 mortes desde o surgimento do vírus em dezembro do último ano, na China, e mais de 54 milhões de pessoas contraíram a doença, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP neste domingo, com base em fontes oficiais.
Nas últimas 24 horas, foram registrados 9.246 novos óbitos e quase 608 mil casos.
A Europa — com quase 335 mil mortes no total e mais de 14,4 milhões de casos — é a região onde o vírus avança mais rapidamente. Para impedir que a doença se alastre, as autoridades não param de impor novas restrições e preparam a população para medidas que podem durar um tempo maior.
Na Alemanha, onde um confinamento parcial está em vigor há duas semanas, o ministro da Economia, Peter Altmaier, alertou neste domingo que as restrições podem durar ao menos mais quatro ou cinco meses.
Desde que bares, restaurantes, academias e outros locais de entretenimento foram fechados no início de novembro, o número de novos casos diários tem diminuído, mas continua alto, com um recorde de mais de 23 mil novos casos registrados na sexta-feira.
"Teremos de conviver com precauções e restrições consideráveis pelo menos nos próximos quatro ou cinco meses", ressaltou Altmaier.
Protestos
Mas depois de meses de restrições, interrompidas apenas durante o verão (inverno no Brasil), o cansaço das pessoas está aumentando, e alguns têm ido às ruas para protestar.
Na Alemanha, onde há semanas a população se manifesta contra as restrições, centenas de pessoas marcharam novamente em Frankfurt e em outras cidades no sábado. A polícia usou jatos d'água para dispersar alguns manifestantes.
E, em Portugal, onde o toque de recolher noturno já está em vigor e, a partir de agora, também se estabelece um toque de recolher aos finais de semana para 70% da população, cerca de 500 pessoas desafiaram as proibições ao realizar uma "marcha pela liberdade" em Lisboa.
Do outro lado do Atlântico, o vírus continua avançando.
Os Estados Unidos são de longe o país com o maior luto pela pandemia, com 245.614 mortes e mais de 10,9 milhões de casos, com números que continuam a ultrapassar as 1 mil mortes diárias, sem sinais de que a situação esteja melhorando. Há poucos dias, o país ultrapassou o trágico limiar dos 200 mil casos em um dia.
Nova York, a cidade americana mais afetada durante a primavera, e que já registra mais de 23 mil mortes, parece não estar disposta a viver aquele pesadelo novamente. O prefeito Bill de Blasio, que reabriu escolas públicas no final de setembro seguindo um modelo semipresencial, pediu aos pais dos alunos que se "preparassem" para o fechamento na segunda-feira.
A América Latina e o Caribe registra mais de 423 mil mortes e cerca de 12 milhões de pessoas infectadas.
Um milhão de casos no México
No sábado, o México ultrapassou o marco de um milhão de casos confirmados, e o número de mortes se aproxima dos 100 mil.
Com 128,8 milhões de habitantes, o México é o quarto lugar mais vítimas fatais, atrás somente de Estados Unidos, Brasil e Índia, segundo balanço da AFP.
"A epidemia está muito ativa, visto pelos surtos, tanto oficiais quanto aqueles registrados por clínicos no atendimento ao paciente (...). Provavelmente ainda nos falte ver o pior", relatou à AFP Alejandro Macías, ex-comissário nacional de combate à pandemia de influenza A H1N1, em 2009.
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