Rússia adverte que sanções provocariam conflito civil em larga escala em Mianmar
![29.mar.2021 - Manifestantes durante protesto em Mianmar; Mais de 550 civis morreram em ações das forças de segurança desde o golpe de Estado - AFP/Fonte anônima](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/10/2021/03/29/29mar2021---manifestantes-durante-protesto-contra-o-golpe-militar-em-monywa-mianmar-1617013038202_v2_450x450.jpg)
A Rússia rejeitou hoje a aplicação de sanções contra a junta militar de Mianmar, por considerar que são inúteis e provocariam um "conflito em larga escala" no país, cenário de uma violenta repressão.
"No contexto da atual situação em Mianmar, a evolução para ameaças e pressões, incluindo o uso de sanções contra as atuais autoridades, é inútil e extremamente perigoso", afirmou o ministério das Relações Exteriores, citado pela agência de notícias Interfax.
"Estas medidas coercitivas arbitrárias são contraproducentes e têm um efeito desestabilizador no sistema de relações internacionais"", completou o ministério russo.
Ao considerar que as sanções "empurrariam o povo birmanês para um conflito civil em larga escala", a Rússia também anunciou a intenção de prosseguir no momento com a cooperação militar com a junta.
"Somos guiados pela tarefa de garantir a continuidade da cooperação multiforme russo-birmanesa, inclusive a nível militar", afirmou o ministério, ao mesmo tempo que assegurou "acompanhar de perto e analisar os acontecimentos atuais", que serão levados em consideração para a futura cooperação.
A China também rejeitou na semana passada a aplicação de sanções contra os militares birmaneses que derrubaram e prenderam a líder civil Aung San Suu Kyi.
Mais de 550 civis morreram em ações das forças de segurança desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro, segundo a AAPP (Associação de Ajuda aos Presos Políticos).
Embora o Kremlin tenha expressado preocupação com o crescente número de vítimas civis no fim de março, a Rússia enviou ao mesmo tempo um vice-ministro da Defesa a Mianmar, que foi chamado na ocasião de "aliado confiável" com o qual Moscou desejava "aprofundar" a cooperação militar.
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