Kamala Harris promete US$ 310 milhões em ajuda à América Central para frear imigração
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, prometeu ontem ao presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, que enviará US$ 310 milhões em ajuda humanitária à América Central para enfrentar as causas da imigração irregular para os EUA.
Harris, que lidera os esforços do governo Joe Biden para administrar o fluxo de imigrantes da Guatemala, Honduras e El Salvador para a fronteira EUA-México, se reuniu com Giammattei por videoconferência, antes de sua visita à América Central marcada para junho.
"À luz da situação desesperadora e do sofrimento agudo enfrentado por milhões de pessoas em El Salvador, Guatemala e Honduras, a vice-presidente Harris anunciou apoio adicional do governo dos EUA de US$ 310 milhões para ajuda humanitária e para enfrentar a insegurança alimentar", disse o gabinente de Harris em comunicado.
"Os Estados Unidos planejam aumentar a ajuda à região, fortalecer nossa cooperação para administrar a migração de forma eficaz, segura e humana", prometeu a Giammattei durante a videoconferência.
Biden pediu ao Congresso US$ 861 milhões para tratar das causas que impulsionam a imigração irregular da América Central, no âmbito de seu plano de US$ 4 bilhões para a região. Sua proposta consta do projeto de orçamento do próximo ano que ainda precisa ser discutido e aprovado pelos legisladores.
"Queremos trabalhar com você para abordar as causas sensíveis e as raízes [da migração] de uma forma que dê esperança ao povo da Guatemala de que haverá uma oportunidade para eles se ficarem em casa", disse Harris a Giammattei no encontro virtual.
Mais de 172 mil imigrantes sem documentos, incluindo quase 19 mil menores desacompanhados, foram detidos em março na fronteira sul dos Estados Unidos, um aumento de 71% em um mês e o nível mais alto em 15 anos. A maioria dos imigrantes vem dos três países do Triângulo Norte da América Central.
Essa área, vulnerável a desastres naturais, foi atingida por dois furacões devastadores em novembro e é afetada pela pandemia de covid-19 e uma prolongada seca.
"Estamos analisando a questão da pobreza e, portanto, a falta de oportunidades econômicas, a questão das condições climáticas extremas e falta de adaptação ao clima, assim como a corrupção e a falta de boa governança, a violência contra as mulheres, indígenas, LBGTQ e afrodescendentes", disse Harris.
Ela observou que a ideia é construir uma "estratégia abrangente" para tratar dessas questões, bilateral e multilateralmente, e com organismos internacionais.
"Estou confiante de que podemos seguir em frente e criar um senso de esperança para o futuro", disse Harris, que hoje presidirá uma mesa redonda virtual com organizações comunitárias da Guatemala.
Giammattei concordou com a necessidade de "criar esperança" na Guatemala.
"O governo guatemalteco deseja ser um parceiro [dos Estados Unidos] para enfrentar (...) não só a pobreza, mas tantos males que nos afetam", afirmou, segundo a tradução em inglês.
Além disso, ele destacou sua expectativa para a visita de Harris em junho e propôs a elaboração de um plano conjunto.
"Acredito que devemos construir uma ponte entre os governos para que possamos chegar a um acordo ... para garantir a paz, o progresso e o desenvolvimento, e também para que possamos garantir a cooperação de que necessitamos de vocês", disse ele.
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