Índia: Corpos de possíveis mortos pela covid aparecem às margens do Ganges
Dezenas de corpos de possíveis mortos pelo novo coronavírus apareceram às margens do rio Ganges, no norte da Índia, disseram autoridades do país asiático hoje.
Corpos de mortos pela covid-19 estariam sendo jogados no rio devido ao fato da pandemia estar se espalhando rapidamente pela região, sobrecarregando os crematórios locais, relataram moradores à AFP.
Outro motivo apontado pelos moradores tem ligação com a pobreza da região, que faz parte do vasto interior rural indiano: os parentes dos mortos não estariam tendo condições de pagar a madeira necessária para as cerimônias de cremação nas piras funerárias.
Ashok Kumar, um funcionário público local, observou que cerca de 40 corpos foram encontrados no distrito de Buxar, perto da fronteira entre os estados de Bihar e Uttar Pradesh, dois dos mais pobres da Índia.
"Ordenou-se aos funcionários responsáveis que se desfizessem de todos os corpos, sejam eles enterrados ou incinerados", disse Kumar à AFP.
Citando outros funcionários públicos, reportagens da imprensa local mencionaram que alguns corpos encontrados estavam inchados e parcialmente queimados, o que significa que podem ter estado no rio por vários dias.
De acordo com estatísticas oficiais, cerca de 4 mil pessoas morrem todos os dias na Índia por causa do novo coronavírus. O número total de mortos no país já bate quase 250 mil.
Reflexos na África
Enquanto a Índia trava uma forte batalha contra a covid-19, países da África temem, no curto prazo, que as vacinas contra o novo coronavírus fabricadas no gigante asiático acabem.
Muitas vezes chamada de "farmácia do mundo", a Índia é um dos maiores fornecedores da vacina da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca ao programa Covax, aliança liderada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para prover imunizantes aos países pobres.
Por causa da explosão de infecções e mortes pela covid-19 no país asiático, o governo da Índia, desde o final de março, tem concentrado esforços para vacinar a população local, adiando entregas de imunizantes ao exterior.
Os ministros da Saúde dos países da UA (União Africana) realizaram uma reunião no último sábado (8) para discutir a questão. "A situação das vacinas é agora extremamente complexa", disse o virologista camaronês John Nkengasong, diretor do órgão de vigilância sanitária da UA.
"Esperamos que as vacinas continuem a ser fornecidas pela Índia por meio do programa Covax, mas estamos observando com horror e incrédulos o que está acontecendo naquele país e não acreditamos que essas vacinas possam ser enviadas da Índia tão cedo", adicionou.
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