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Manifestação no Iraque deixa dois mortos e dezenas de feridos

Vinte e oito manifestantes foram feridos por disparos de gás lacrimogêneo das forças policiais - AHMAD AL-RUBAYE / AFP
Vinte e oito manifestantes foram feridos por disparos de gás lacrimogêneo das forças policiais Imagem: AHMAD AL-RUBAYE / AFP

25/05/2021 18h25

Bagdá, 25 Mai 2021 (AFP) - Dois manifestantes morreram baleados e dezenas de outras pessoas ficaram feridas nesta terça-feira em Bagdá durante um protesto que reuniu milhares de iraquianos para exigir justiça pela morte de militantes pró-democracia e jornalistas, informaram fontes médicas e policiais.

Vinte e oito manifestantes foram feridos por disparos de gás lacrimogêneo das forças policiais, que tentavam dispersar a concentração. Cinquenta e sete policiais foram feridos pelo lançamento de projéteis, segundo fontes da segurança.

Um dos manifestantes que morreram, Mohamad Baker, havia viajado de Diwaniya, no sul do país, para participar do protesto, de acordo com o hospital Al-Kindi, em Bagdá, para onde ele foi transferido. O segundo manifestante morto não foi identificado.

Sob o lema "Quem me matou?" e carregando grandes fotos de vítimas das balas de agressores desconhecidos, os iraquianos marcharam pelas principais praças da capital, Tahrir, Ferdaus e al Nossur.

Os manifestantes, que estavam cercados por uma significativa força policial, vinham de Bagdá e também de outras cidades como Karbala, Najaf e Nasiriya, cenários de assassinatos de pelo menos 70 militantes pró-democracia. Além disso, dezenas de outros ativistas foram sequestrados por curtos períodos de tempo.

Desde o início dos protestos contra a corrupção que assola o país e a favor das reformas democráticas, em outubro de 2019, o movimento tem sido alvo constante de perseguição. Os militantes acreditam que os assassinos e provocadores têm vínculos com as forças de segurança e com o Irã.

"Com nossa alma e nosso sangue nos sacrificamos por ti, Iraque" e "Revolução contra os partidos", gritavam os participantes do ato, a grande maioria deles jovens.

Os apelos pelo boicote das eleições legislativas antecipadas em outubro se multiplicam no Iraque por causa desses ataques que seguem impunes.