Biden pede renúncia do governador de Nova York após acusações de assédio sexual
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu hoje a renúncia do governador de Nova York, Andrew Cuomo, após uma investigação concluir que o poderoso político democrata assediou sexualmente várias mulheres.
"Acho que deve renunciar", disse Biden durante uma entrevista coletiva na Casa Branca.
A presidente do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, e Bill de Blasio, prefeito de Nova York, também pediram a saída de Cuomo do cargo. Todos fazem parte do mesmo partido.
Entenda o caso
Cuomo negou nesta terça-feira (3) as acusações de assédio sexual contra várias mulheres, incluindo algumas funcionárias, depois que uma investigação independente o apontou por instituir uma cultura de medo em seu governo.
"Quero que saibam diretamente por mim que nunca toquei em ninguém de forma inadequada ou fiz avanços sexuais inadequados", disse Cuomo em um discurso transmitido pela televisão.
"Tenho 63 anos. Vivi toda a minha vida adulta publicamente. Isso não é quem eu sou. E isso não é quem eu tenho sido", disse ele, acrescentando que postou uma resposta às denúncias em seu site na internet.
Cuomo se manifestou após a divulgação de um relatório explosivo do gabinete da procuradora-geral de Nova York, que levou a pedidos imediatos de renúncia.
O governador, um político veterano que se tornou especialmente popular durante a pandemia da covid-19, disse que tinha o hábito de beijar e tocar as pessoas como um gesto de cordialidade e amizade, muitas vezes em público.
"Me viram fazer isso na TV durante todas as minhas coletivas de imprensa e por 40 anos antes disso", disse ele.
"Tento fazer as pessoas se sentirem confortáveis. Tento fazê-las sorrir. Tento me conectar com elas e tento mostrar-lhes meu apreço e minha amizade", acrescentou. "Agora eu entendo que existem perspectivas geracionais ou culturais que, francamente, eu não tinha valorizado totalmente. E eu aprendi com isso".
A procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James, disse que Cuomo "assediou sexualmente várias mulheres", revelando as conclusões de uma investigação independente sobre as acusações contra ele.
A investigação mostrou como Cuomo "assediou sexualmente funcionárias e ex-funcionárias do estado de Nova York, ao avançar com toques não desejados e não consentidos e ao fazer vários comentários de natureza sexual sugestiva que geraram um ambiente de trabalho hostil para as mulheres".
Também descobriu que Cuomo e sua equipe próxima tomaram medidas de represália contra ao menos uma ex-funcionária por denunciar sua experiência.
James disse que as provas encontradas durante a investigação serão publicadas junto com o relatório.
Ao menos oito mulheres, trabalhadoras atuais e ex-funcionárias, denunciaram o que, segundo elas, foram palavras e gestos inadequados por parte de Cuomo, cuja gestão da pandemia de covid-19, por outro lado, foi elogiada em todo o país.
Uma ex-funcionária disse que no ano passado o governador colocou a mão embaixo de sua blusa.
Cuomo nega esses comportamentos de assédio sexual e rejeita os pedidos para que renuncie, aos quais se somaram inclusive colegas de partido de Nova York e do Congresso americano.
Em março, o presidente Joe Biden opinou que, se as acusações contra Cuomo fossem comprovadas, ele deveria se demitir.
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