Legisladores dos EUA pedem que Biden feche prisão de Guantánamo
Legisladores dos Estados Unidos pediram nesta quinta-feira (5) ao presidente Joe Biden que feche imediatamente a prisão de Guantánamo e liberte ou julgue em tribunais federais os 39 detidos na "guerra contra o terrorismo" ainda reclusos neste centro de detenção na ilha de Cuba.
Ao se aproximar o 20º aniversário dos atentados de 11 de setembro, 75 legisladores democratas assinaram uma carta dizendo que a prisão administrada pela Marinha americana na Baía de Guantánamo, em Cuba, está em mau estado, é cara e uma vergonha para os direitos humanos no país.
Eles afirmaram que o centro já recebeu 800 prisioneiros, dos quais restam atualmente 39, "muitos envelhecidos e cada vez mais doentes", e que o custo anual de funcionamento do local supera os 500 milhões de dólares.
"Que a prisão continue operacional é uma mancha na nossa reputação internacional e socava nossa capacidade de defender os direitos humanos e o Estado de direito", disseram.
O centro de detenção foi ativado no fim de 2001, quando os Estados Unidos rastrearam por todo o mundo membros e partidários da Al Qaeda, cúmplices dos ataques a Nova York e Washington, e de outros contra interesses ou instalações americanos.
Mas deter e levar em sigilo centenas de pessoas a Guantánamo, submetendo muitas a torturas e retendo-as durante anos sem denúncias, nem o devido processo, corrompeu em grande medida os apelos por justiça feitos por Washington após o 11/09.
Apenas um punhado de prisioneiros foram denunciados sob o sistema de tribunais militares estabelecido para Guantánamo e seus casos estão paralisados na maioria.
Os legisladores evocaram o apoio de Biden ao fechamento de Guantánamo quando assumiu a vice-presidência durante o mandato de Barack Obama em 2009, o que reiterou após chegar à Casa Branca em janeiro.
"Depois de quase duas décadas e muitos esforços de reforma, o processo da comissão militar continua sendo disfuncional", sustentaram na carta.
Quando Biden assumiu o cargo, havia 140 detentos na prisão. Um foi repatriado para o Marrocos em julho e outros dez têm luz verde para serem libertados e aguardam a repatriação ou a transferência a terceiros países.
Doze, incluindo Khalid Sheikh Mohammed, considerado o mentor dos ataques de 11 de setembro, ficaram sob o lento sistema de tribunais militares. Apenas dois foram condenados em quase 20 anos.
Os outros 19 estão no limbo: não foram nem denunciados, nem libertados.
Paralisados sob o governo do antecessor de Biden, Donald Trump, os tribunais militares começaram a celebrar audiências novamente no mês passado.
Em setembro, está prevista a retomada do caso de Khalid Sheikh Mohammed com uma audiência prévia ao julgamento.
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