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China acusa os EUA de deixarem 'caos terrível' no Afeganistão

17.ago.2021 - Membros do Taleban circulam armados por uma área de comércio popular em Cabul, no Afeganistão - Hoshang Hashimi/AFP
17.ago.2021 - Membros do Taleban circulam armados por uma área de comércio popular em Cabul, no Afeganistão Imagem: Hoshang Hashimi/AFP

Da AFP

17/08/2021 09h28Atualizada em 17/08/2021 09h57

A China acusou hoje Washington de "deixar um caos terrível" no Afeganistão, depois que o Taleban tomou o controle do país, o que provocou a saída caótica de trabalhadores e aliados americanos.

Pequim destacou sua disposição a cooperar com os talibãs após a retirada dos Estados Unidos, a qual estimulou um rápido avanço desses islamitas de linha radical em todo o país, cuja população presenciou como tomaram a capital Cabul no domingo.

Diante das críticas pela desorganizada retirada das tropas americanas depois de 20 anos de intervenção militar, o presidente Joe Biden defendeu a retirada na segunda-feira e culpou as forças afegãs que, segundo ele, "não estavam dispostas a lutarem sozinhas".

No entanto, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse nesta terça-feira que Washington deixou "um caos terrível de distúrbios, divisão e famílias desfeitas" no Afeganistão.

"A força e o papel dos Estados Unidos é a destruição e não a construção", enfatizou Hua.

A China compartilha uma fronteira acidentada de 76 quilômetros com o Afeganistão.

Pequim temeu durante muito tempo que o vizinho se tornasse um ponto de refúgio para os separatistas minoritários uigures na sensível região fronteiriça de Xinjiang.

Porém, uma delegação talibã de alto nível se reuniu com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em Tianjin no mês passado, e prometeu que o Afeganistão não seria usado como base para os militares.

Em troca, a China ofereceu apoio econômico e investimento para a reconstrução do Afeganistão.

Hua disse na segunda-feira que a China está pronta para continuar as relações "amigáveis e cooperativas" com o Afeganistão, agora controlado pelos talibãs.

Nesta terça-feira, Pequim pediu ao novo regime afegão para "fazer uma ruptura limpa com as forças internacionais" e "evitar que o Afeganistão se transforme novamente em um ponto de encontro para terroristas e extremistas".

Biden prometeu uma retirada completa das tropas americanas até o fim de agosto, o que marca o fim de duas décadas de guerra.

As tropas de Washington, no entanto, saíram comovidas devido ao rápido colapso do governo afegão e ao avanço arrebatador dos talibãs.

A China criticou repetidamente a apressada retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, que considera um fracasso de liderança.