Franceses pagam até R$ 2,5 mil para adquirir certificados falsos de vacinação
Apesar das restrições impostas para as pessoas não imunizadas, muitos franceses continuam resistindo à vacinação contra a covid-19, e alguns recorrem ao mercado clandestino que floresce nas redes sociais para procurar certificados sanitários falsos.
Coralie, que tem 20 anos e trabalha como cabeleireira em Paris, encontrou com apenas alguns cliques no Snapchat um vendedor disposto a fornecer este comprovante falso. "Paguei 300 euros (cerca de R$ 1,8 mil), mas pelo menos agora estou tranquila", disse.
Basta escrever "certificado sanitário", ou "vacina covid", para encontrar dezenas de ofertas nesta rede social, popular entre os mais jovens. Os preços oscilam entre 150 e 350 euros (entre R$ 1,1 mil e R$ 2,5 mil).
Coralie mostrou à AFP uma captura de tela da breve comunicação que teve com o vendedor por meio do Signal, um aplicativo de troca de mensagens ultrasseguro.
"Ele pediu meu nome completo, número de seguro social e e-mail", conta. Menos de 24 horas depois, recebeu seu passaporte sanitário.
Este comprovante, que pode ser baixado no telefone ou apresentado impresso, é obrigatório na França para entrar em restaurantes, bares e cinemas, viajar de trem a longa distância, ou pegar voos domésticos.
Quase 63% dos franceses já vacinados com as duas doses de uma vacina anticovid têm o certificado (cerca de 42 milhões de pessoas), além daqueles que foram infectados com o vírus nos últimos seis meses.
O restante deve fazer, regularmente, um teste de diagnóstico, ou renunciar às atividades de lazer.
Quem compra o certificado falso pode pegar até três anos de prisão. Para os vendedores, a pena é de até cinco anos de reclusão e pagamento de uma multa de 150.000 euros (cerca de R$ 925 mil).
Desde que o certificado sanitário foi decretado por lei para restaurantes e bares no início de agosto, a demanda de testes disparou em toda França. Na semana passada, o país registrou 6 milhões deles — um recorde.
Com o objetivo de incentivar mais pessoas a se vacinarem, os testes de diagnóstico, que custam milhões de euros por semana ao Estado francês, deixarão de ser gratuitos a partir de meados de outubro.
Os franceses deverão pagar de seu próprio bolso 48,89 euros (R$ 300) para fazer um teste PCR, e 25 euros (R$ 155) para um teste de antígenos, exceto se for prescrito por algum médico, ou se a pessoa estiver em contato direto com algum paciente com covid-19.
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