México e EUA querem acordo para impedir migração ilegal
O México e os Estados Unidos propuseram um acordo regional para interromper o fluxo de migrantes sem documentos para suas fronteiras, agravado nos últimos meses pela chegada de milhares deles de diferentes países, anunciaram os dois governos.
O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, disse nesta terça-feira (21) que levantou a questão na véspera com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante uma conversa por telefone.
"Eu disse a ele que seria desejável chegar a um acordo regional. Estaremos nos comunicando sobre isso", tuitou Ebrard, que planeja abordar o assunto com Blinken durante a Assembleia Geral da ONU que ocorre em Nova York.
O Departamento de Estado americano evocou essa iniciativa na segunda-feira em um comunicado que citou a conversa entre Ebrard e Blinken.
Ambas as autoridades "discutiram a necessidade de um esforço regional coordenado para interromper o fluxo de migração irregular".
Dezenas de milhares de migrantes sem documentos, a maioria haitianos, chegaram à fronteira sul do México nos últimos meses para continuar sua marcha para os Estados Unidos na esperança de obter refúgio.
Mas as autoridades americanas começaram a repatriar haitianos por via aérea de Del Rio, uma cidade do Texas na fronteira com Ciudad Acuña (México), onde milhares se aglomeram para tentar entrar.
Muitos chegaram ao México vindos do Brasil ou do Chile - onde estiveram refugiados por alguns anos - depois de atravessar uma dezena de países.
O chanceler mexicano enfatizou nesta terça que o acordo deve ser regional porque a onda migratória de haitianos "cruzou todos os países da América Latina". Tal esforço poderia incluir o apoio da região e das Nações Unidas para "melhorar o mais rápido possível" a situação no Haiti, acrescentou Ebrard, que disse que "nos próximos dias" fará um relatório sobre o andamento da proposta.
O secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, disse na segunda-feira que os migrantes haitianos foram erroneamente informados de que poderiam permanecer nos Estados Unidos como refugiados de acordo com o Estatuto de Proteção Temporária (TPS).
Após o aprofundamento da crise política com o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho e o recente terremoto que devastou o Haiti, Washington estendeu o TPS a todos os haitianos que estavam nos Estados Unidos em ou antes de 29 de julho. Mas "ninguém que chegou na semana passada será elegível para obter o TPS", insistiu.
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