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EUA pedem na ONU que Cuba 'respeite direitos humanos' de sua população

Em 11 de julho, milhares de cubanos saíram às ruas para protestar aos gritos de "temos fome" e "liberdade" - Yamil Lage/AFP
Em 11 de julho, milhares de cubanos saíram às ruas para protestar aos gritos de "temos fome" e "liberdade" Imagem: Yamil Lage/AFP

24/09/2021 17h43Atualizada em 24/09/2021 18h18

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu nesta sexta-feira (24), nas Nações Unidas, às autoridades de Cuba que respeitem os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos cubanos, além do "direito de expressar suas aspirações".

"Instamos o governo cubano, membro do Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que respeite os direitos humanos e as liberdades fundamentais do povo cubano", disse Blinken ao se referir à repressão aos protestos de 11 de julho na ilha.

"É fundamental que a comunidade internacional levante a voz contra a repressão e as prisões maciças dos cubanos que protestaram", afirmou, para em seguida exigir a libertação dos "detidos injustamente", cujo número o governo cubano mantém em segredo.

Além disso, o titular da diplomacia americana pediu "apoio" ao desejo dos cubanos que querem determinar o seu próprio futuro, e afirmou que Washington seguirá exigindo que Havana "responda pelos abusos de direitos humanos".

Para Blinken, os cubanos "merecem a oportunidade de exercer os seus direitos e manifestar suas aspirações sem medo da violência e de que sejam detidos".

Por sua vez, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, destacou em uma postagem no Twitter que "as acusações de [...] Blinken não têm nada a ver com a realidade de Cuba".

"Os Estados Unidos, incapazes de justificar uma política desumana contra a nossa população, recorrem, como [o ex-presidente Donald] Trump e [o ex-secretário de Estado Mike] Pompeo, a mentiras para desviar a atenção das graves violações dos direitos humanos cometidas diariamente em seu próprio território e no mundo", acrescentou Rodríguez.

Para ilustrar sua afirmação, Rodríguez citou como exemplo "o abuso contra os migrantes haitianos na fronteira" sul dos Estados Unidos por guardas montados, o que ele considerou uma "manifestação repugnante do desprezo racista para com as pessoas da América Latina e do Caribe".

No dia 11 de julho de 2021, milhares de cubanos saíram às ruas de diversas cidades do país para protestar aos gritos de "pátria e vida", "temos fome" e "liberdade". Como resultado, uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas.

O governo da ilha insiste em que os protestos são parte de uma estratégia para a mudança do regime, que teria o apoio de meios digitais anticubanos financiados por Washington.