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Tesla terá de pagar US$ 137 milhões a ex-funcionário vítima de racismo

O trabalhador afirmou que, apesar das queixas feitas à administração, a Tesla não agiu para por fim a esses comportamentos - Reprodução/Twitter @Tesla
O trabalhador afirmou que, apesar das queixas feitas à administração, a Tesla não agiu para por fim a esses comportamentos Imagem: Reprodução/Twitter @Tesla

05/10/2021 09h21

San Francisco, 5 Out 2021 (AFP) - Uma corte da Califórnia condenou o fabricante de automóveis elétricos Tesla a pagar uma indenização de US$ 137 milhões por perdas e danos a um ex-funcionário negro, por fechar os olhos para o racismo sofrido por ele em uma fábrica da empresa - informou a imprensa local.

Contratado por meio de uma agência de empregos, Owen Díaz trabalhou como operador de empilhadeira entre junho de 2015 e julho de 2016 na fábrica da empresa em Fremont, na Califórnia. Lá, foi alvo de insultos racistas e um ambiente de trabalho hostil, conforme documentos judiciais.

Durante o julgamento, Díaz relatou que os afro-americanos da fábrica, onde seu filho também trabalhava, eram constantemente difamados e recebiam apelidos racistas.

A "imagem progressista da Tesla era uma fachada para ocultar o tratamento degradante para com seus funcionários afro-americanos", diz o processo.

Diaz afirmou que, apesar das queixas feitas à administração, a Tesla não agiu para pôr fim a esses comportamentos.

Como resultado, um júri do tribunal federal de São Francisco condenou a Tesla, na segunda-feira (4), a pagar a Díaz US$ 136,9 milhões, informou a Bloomberg News, citando um dos advogados do demandante, Lawrence Organ.

"Estamos felizes que o júri tenha visto a verdade e tenha estabelecido uma soma que, com sorte, levará a Tesla a agir", disse Organ ao jornal The Washington Post.

A vice-presidente de Recursos Humanos da Tesla, Valerie Capers Workman, admitiu que o ambiente "não era perfeito" na fábrica de Fremont, onde outros funcionários também disseram "ouvir, regularmente, insultos racistas".

Segundo ela, estes funcionários alegaram que, "na maioria das vezes, achavam que esta linguagem era usada de forma 'amigável' e normalmente por colegas de trabalho afro-americanos".