Próxima cúpula da Otan será em Madri em 29 e 30 de junho de 2022
A próxima cúpula da Otan será em Madri em 29 e 30 de junho de 2022, anunciou nesta sexta-feira (8) o presidente do governo espanhol Pedro Sánchez, após receber na capital espanhola o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
"Estamos diante de um momento histórico da Otan" no qual "a prioridade" é "garantir e reforçar a unidade e coesão dentro da Otan", disse Sánchez em uma declaração no Palácio da Moncloa junto a Stoltenberg.
A cúpula em Madri terá como objetivo principal revisar o conceito estratégico da aliança adotado em 2010 para prepará-la para "os desafios que temos adiante na próxima década" em questão de segurança, afirmou Sánchez.
"Temos que continuar nos adaptando para o futuro e isso é exatamente o que vamos fazer na cúpula de Madri", disse o secretário-geral da Aliança Atlântica.
"Vemos como cresce a concorrência estratégica, com um comportamento mais agressivo da Rússia e da China mostrando seu poderio econômico e militar para intimidar os outros", continuou Stoltenberg, que mencionou também "instabilidade e ameaças no Oriente Médio, África do Norte e no Sahel".
Na última cúpula da Otan em Bruxelas, em junho, os líderes da aliança marcaram as "linhas vermelhas" que o líder russo Vladimir Putin não deveria cruzar, além de decidirem enfrentar a "crescente influência da China".
O anúncio da próxima cúpula ocorre após turbulências provocadas pela aliança entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, que resultou na ira da França, já que envolveu a anulação de um contrato milionário por Canberra de compra de submarinos clássicos franceses, para comprar, em vez disso, submarinos de propulsão nuclear dos Estados Unidos.
As autoridades francesas afirmaram que essa situação poderia pesar sobre a definição do novo conceito estratégico da Otan em Madri.
Jens Stoltenberg alertou na quinta-feira que as divergências entre Paris e Washington sobre o acordo chamado AUKUS não precisam dividir a Otan.
Durante um fórum em Madri nesta sexta, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, estimou que "faz falta um melhor equilíbrio político dentro da Otan", lembrando "o que aconteceu no Afeganistão", com a retirada das tropas dos Estados Unidos, e no Pacífico, em referência ao AUKUS.
"Um pilar europeu dentro da Otan não vai enfraquecer a Otan e a relação transatlântica. Vai tornar as duas coisas mais fortes", afirmou Borrell.
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