Talibãs confirmam assassinato de quatro mulheres; ao menos uma era ativista
Quatro mulheres foram encontradas mortas na cidade de Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão, informou um porta-voz do governo talibã neste sábado (6).
Dois suspeitos foram detidos após a descoberta dos quatro corpos em uma casa, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Qari Sayed Khosti, em um vídeo.
"Os detidos admitiram no interrogatório inicial que convidaram as mulheres para a casa. Novas investigações estão em andamento e o caso foi encaminhado ao tribunal", disse ele.
Khosti não identificou as vítimas, mas uma fonte em Mazar-i-Sharif disse à AFP que pelo menos uma era ativista dos direitos das mulheres. Sua família não quer falar com a imprensa.
De acordo com a BBC Persian, citando fontes da sociedade civil, as quatro mulheres eram amigas que esperavam ir para o aeroporto de Mazar-i-Sharif para deixar o país.
Um grupo de direitos humanos disse à AFP, sob condição de anonimato, que as mulheres receberam uma ligação e acreditaram que era um convite para um voo de evacuação. Elas foram levadas por um carro antes de serem encontradas mortas.
O Talibã, que chegou ao poder no Afeganistão em agosto após uma guerra de 20 anos contra o governo anterior apoiado pelos EUA, é um movimento islâmico extremamente conservador. Sob seu último governo, as mulheres não podiam participar da vida pública.
Desde seu retorno ao poder, muitos ativistas de direitos humanos fugiram do país.
Alguns dos que permaneceram protestaram nas ruas de Cabul, a capital, para exigir o respeito por seus direitos e que as meninas pudessem frequentar escolas públicas secundárias.
Os combatentes do Talibã reprimiram alguns dos protestos e o governo ameaçou prender jornalistas que cobrissem as manifestações não autorizadas.
No entanto, os líderes do movimento insistem que seus combatentes não têm permissão para matar ativistas e prometeram punir aqueles que o fizerem.
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