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Promotoria abre investigação contra presidente do Peru por tráfico de influência

O processo ficará suspenso até que Pedro Castillo complete seu mandato de cinco anos, em 2026, porque o presidente tem "imunidade absoluta que transcende o campo processual penal" no Peru - Ernesto Benavides/AFP
O processo ficará suspenso até que Pedro Castillo complete seu mandato de cinco anos, em 2026, porque o presidente tem "imunidade absoluta que transcende o campo processual penal" no Peru Imagem: Ernesto Benavides/AFP

04/01/2022 23h36

Lima, 5 Jan 2022 (AFP) - A promotoria peruana informou nesta terça-feira (4) que investigará o presidente Pedro Castillo ao fim de seu mandato por supostos crimes de tráfico de influência, conluio e patrocínio ilegal.

"A promotora da Nação, Zoraida Avalos Rivera, abriu uma investigação preliminar contra o presidente da República, José Pedro Castillo Terrones, pela suposta prática de crimes contra a administração pública" de tráfico de influência, como autor, e conluio, como participante, informou a entidade em comunicado.

Mas o processo ficará suspenso até que Castillo complete seu mandato de cinco anos, em 2026, já que o presidente tem "imunidade absoluta que transcende o campo processual penal" no Peru. As investigações se concentrarão em três casos.

No primeiro caso, Castillo é acusado de supostamente ter "intervindo -indevida e indiretamente-" em uma licitação para a construção de uma ponte veicular sobre o rio Huallaga, na região de San Martín, norte do Peru.

No segundo, o órgão investiga se o presidente supostamente interveio em processo de aquisição de Biodiesel B100 no mercado local para o período de janeiro a abril de 2022, "com o propósito de que a empresa Heaven Petroleum Operator, liderada pelo empresário Samir Abudayeh, ganhe um contrato no valor de US$ 74 milhões".

O terceiro caso refere-se a uma suposta pressão indevida por parte do presidente para promover militares ligados ao governo de esquerda. Portanto, a promotoria poderia acusá-lo de "crimes de tráfico de influência e patrocínio ilegal".

Castillo foi questionado na semana passada pela promotoria por suposta pressão sobre os chefes do Exército e da Força Aérea para favorecer alguns oficiais no processo de promoção anual.

A entidade abriu o processo no dia 11 de novembro contra os então ministros da Defesa, Walter Ayala, e o secretário da Presidência da República, Bruno Pacheco, pelo mesmo caso.

Castillo, no poder desde 28 de julho, derrotou por pouco a candidata de direita Keiko Fujimori nas urnas.