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Na França, deputado é atacado por pessoas contrárias ao passaporte vacinal

Deputado que passou pelo episódio é filiado ao partido do presidente francês, Emmanuel Macron - Reprodução/Twitter
Deputado que passou pelo episódio é filiado ao partido do presidente francês, Emmanuel Macron Imagem: Reprodução/Twitter

Em Paris (França)

10/01/2022 11h54Atualizada em 10/01/2022 13h38

A classe política condenou hoje a agressão contra um deputado da maioria governista em frente à sua casa, no território francês de Saint-Pierre-et-Miquelon, em frente à costa canadense, cometida por manifestantes contrários ao passe sanitário.

Ontem, o deputado Stéphane Claireaux, do partido centrista República em Marcha, do presidente Emmanuel Macron, foi atacado com algas e pedras em sua casa, um atentado que, para o líder francês "pareceu um apedrejamento".

"Temos visto a intensificação da violência" contra políticos eleitos, lamentou o chefe de Estado francês, durante uma visita a Nice (sudeste) dedicada a questões de segurança, condenando o ataque "intolerável" e "inaceitável" a Claireaux.

Embora os rivais políticos de Macron, que ainda não confirmou sua candidatura à eleição presidencial de abril, tenham condenado o ataque, também denunciaram a tensão criada pelo presidente francês, na semana passada, com declarações polêmicas.

"Aos não vacinados, quero muito irritá-los. E é isso que continuaremos a fazer, até o fim", disse o chefe de Estado em entrevista ao jornal Le Parisien na terça-feira passada (4), no momento em que seu governo busca a implementação de um passe de vacinação.

Em declaração na rádio RMC, o deputado do partido Os Republicanos, de direita, Éric Ciotti pediu "sanções contra quem usa a violência de forma um tanto maluca, com argumentos delirantes", mas também criticou as "provocações" de Macron.

"O presidente da República agiu como incendiário em seu discurso na semana passada, porque atacou pessoas não vacinadas, em vez de tentar convencê-las", avaliou a candidata à Presidência pelo partido Os Republicanos, Valérie Pécresse, ao France Info.

O chefe do Partido Socialista, Olivier Faure, criticou que "alguns antivacinas usam as provocações do presidente para justificar sua violência". O ataque é "absolutamente inaceitável", tuitou seu colega ecologista Julien Bayou.

O ministro francês das Relações com o Parlamento, Marc Fesneau, voltou-se, na rede Public Sénat, contra as autoridades públicas que deixam os políticos eleitos à mercê da "vingança popular" e qualificou a "pressão física" de "totalitarismo".

O líder do LREM na Câmara, Christophe Castaner, condenou a "covardia [dos manifestantes] perante um único homem, pacífico, indefeso, que se levantou, que saiu, que quis falar".

Ele lembrou que, em 2021, foram registradas 322 ameaças a deputados, a maior parte de sua legenda.

As declarações de Macron e o recorde de casos de covid-19 em meio à quinta onda marcada pela variante ômicron recolocaram a saúde na linha de frente da campanha eleitoral.

Para os observadores, com essa polêmica, o presidente de centro teve a intenção de impor o tema da covid-19 na campanha. Por enquanto, Macron lidera as pesquisas de intenção de voto, seguido dos candidatos de direita e de extrema-direita.