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Onze soldados morrem em ataque atribuído a extremistas islâmicos no Iraque

Exército iraquiano anda em rua de Tal Afar, no Iraque, em 2017 - IVOR PRICKETT/NYT
Exército iraquiano anda em rua de Tal Afar, no Iraque, em 2017 Imagem: IVOR PRICKETT/NYT

Da AFP

21/01/2022 09h34Atualizada em 21/01/2022 10h06

Onze soldados do Exército iraquiano foram mortos em um ataque noturno contra sua base na província de Diyala, no leste do Iraque, atribuído ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), em uma das operações mais mortais em semanas.

"Onze soldados, incluindo um tenente, morreram em um ataque conduzido por membros do EI (...) visando a uma base", declarou um oficial militar, que pediu para não ser identificado, em Diyala, região leste do país onde células terroristas continuam ativas.

Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado até o momento.

O ataque ocorreu por volta das 20h30 (horário de Brasília) de quinta-feira (20), na "base da região de Hawi al Azim", localizada perto da província de Salaheddin, acrescentou a mesma fonte.

O governador de Diyala, Muthanna al Tamimi, confirmou o número de mortos à agência de notícias iraquiana INA e afirmou que "os terroristas se aproveitaram do frio e da negligência dos soldados".

"O principal motivo (do ataque) é a negligência dos soldados, porque a base é fortificada, há uma câmera térmica, dispositivos de visão noturna e uma torre de vigia de concreto", explicou.

O EI ganhou força no Iraque e na vizinha Síria em 2014, tomando grandes partes destes territórios e autoproclamando seu "califado", derrotado no final de 2017.

Os jihadistas continuam sendo, porém, uma ameaça e lançam ataques contra os habitantes dessas áreas e forças de segurança, especialmente na região de Kirkuk e nas províncias de Salaheddin e Diyala.

Hoje, a organização terrorista "mantém uma presença clandestina no Iraque e na Síria e realiza uma insurgência sustentada em ambos os lados da fronteira", segundo um relatório da ONU publicado no ano passado.

Nestes dois países, o grupo teria "um total de cerca de 10.000 combatentes ativos", informa o documento.

O EI "está tentando reorganizar suas tropas e suas atividades no Iraque", considera o analista iraquiano Imed Alau, que destaca "a má formação das forças de segurança, a falta de acompanhamento das autoridades, o descumprimento de instruções e as baixas temperaturas (...) que facilitam" as ofensivas dos terroristas.

No início de setembro, 13 membros da Polícia Federal iraquiana foram mortos em um ataque do EI contra um posto de controle perto de Kirkuk.

O último grande atentado reivindicado pelo EI no Iraque, foi em julho de 2021 contra um mercado em uma área xiita de Sadr City, em Bagdá. Cerca de 30 pessoas morreram em uma explosão de bomba.

No terreno, as forças iraquianas já não têm o apoio militar da coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

Então composta de 3.500 soldados, incluindo 2.500 americanos, a coalizão encerrou sua "missão de combate" no ano passado e agora está limitada a um serviço de assessoria.