Mali, Sudão, Burkina Faso: uma década de golpes de Estado na África
A tomada do poder pelos militares em Burkina Faso nesta segunda-feira (24) foi uma de uma longa série de golpes de Estado na África na última década.
Confira:
2012
- Mali
Em 22 de março, os militares derrubaram o regime de Amadou Toumani Touré. Um "Comitê Nacional para a Recuperação da Democracia e Restauração do Estado", chefiado pelo Capitão Amadou Haya Sanogo, dissolveu as instituições.
- Guiné-Bissau
Em 12 de abril, um golpe militar interrompeu o processo eleitoral duas semanas antes do segundo turno das eleições presidenciais. Os golpistas, liderados pelo general Antonio Indjai, afastaram o presidente Pereira e o primeiro-ministro, Gomes Junior.
2013
- República Centro-Africana
Em março, os rebeldes Seleka, essencialmente muçulmanos, tomaram a capital Bangui, expulsando François Bozizé, no poder há 10 anos.
Seu chefe, Michel Djotodia, se autoproclamou presidente. O país então afundou em uma crise política e de segurança que opõe principalmente milícias cristãs e animistas, os anti-balaka, e os Seleka.
- Egito
Em 3 de julho, após grandes manifestações exigindo a saída de Mohamed Morsi, eleito em 2012, o exército o destituiu e o prendeu.
2015
- Burkina Faso
Em 17 de setembro, menos de um ano após a queda de Blaise Compaoré, deposto do poder por uma revolta popular, o presidente Michel Kafando foi deposto por um golpe liderado por uma unidade de elite do Exército. Ele recuperou suas funções uma semana depois, após um acordo entre soldados leais e o atores do golpe.
2017
- Zimbábue
Em 21 de novembro, o presidente Robert Mugabe, o líder mais velho do planeta aos 93 anos, renunciou sob pressão do exército, de seu partido e da população, após uma semana de crise.
2019
- Sudão
Em 11 de abril, Omar Al Bashir, no poder há 30 anos, foi deposto pelo exército após quatro meses de protestos populares. Foi criado conselho de transição e um primeiro-ministro civil tomou posse.
2020
- Mali
Em 18 de agosto, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto após vários meses de crise política. O golpe militar deu origem a sanções internacionais, levantadas após a formação, em 5 de outubro, de um governo de transição por um período de 18 meses para devolver o poder aos civis.
2021
- Chade
Em 20 de abril, um dia após a morte do presidente Idriss Déby Itno, um conselho militar de transição presidido pelo filho do falecido presidente, Mahamat Idriss Déby, até então chefe da poderosa Guarda Presidencial, dissolveu o governo e a Assembleia Nacional. Prometeu novas instituições após eleições "livres e democráticas" em um ano e meio.
Um "diálogo nacional inclusivo" deveria começar em 15 de fevereiro de 2022, mas foi adiado, principalmente porque os grupos rebeldes que realizam ataques regulares contra o governo demoram a tomar uma posição unida nas negociações com a junta militar.
- Mali
Em 24 de maio, os militares prenderam o presidente e o primeiro-ministro, após a nomeação de um novo governo de transição do qual não gostaram. O coronel Assimi Goita foi empossado em junho como presidente de transição.
A junta garantiu primeiro que devolveria o poder aos civis no início de 2022. Depois, propôs prolongar a transição por vários anos.
- Guiné
Em 5 de setembro, o presidente Alpha Condé foi derrubado por um golpe militar. Os golpistas, liderados pelo coronel Mamady Doumbouya, prometem uma "consulta" nacional visando uma transição política para um "governo de unidade nacional".
- Sudão
Em 25 de outubro, os militares prenderam os líderes civis das autoridades de transição, desencadeando manifestações massivas contra esse novo golpe, liderado pelo general Abdel Fatah al-Burhan, cuja repressão deixou dezenas de mortos.
2022
- Burkina Faso
Em 24 de janeiro, soldados uniformizados anunciam na televisão nacional que tomaram o poder, prometendo "retornar à ordem constitucional" dentro de um "período de tempo razoável".
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