Zelensky pede à Itália mais sanções contra oligarcas russos
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta terça-feira (22) aos parlamentares italianos a adoção de sanções mais contundentes contra os oligarcas russos que passam suas férias na Itália e advertiu sobre a escassez de alimentos e a crise migratória que a guerra pode deflagrar.
Depois de conversar algumas horas antes com o papa Francisco para pedir sua mediação, Zelensky foi ovacionado durante seu discurso por videoconferência aos deputados e senadores do Parlamento italiano.
- Veja essa e mais notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:
Este foi o mais recente de uma série de discursos de Zelensky a parlamentos ocidentais, no esforço de obter apoio após a invasão russa de seu país, iniciada em 24 de fevereiro.
"Não sejam o lugar de férias dessas pessoas", declarou Zelensky aos parlamentares, ao lembrar que a península é um dos destinos da oligarquia russa, que possui mansões de luxo em algumas das mais belas localidades do país - da Toscana à a ilha da Sardenha.
"Temos de congelar suas propriedades, suas contas, seus iates, do navio 'Scheherazade' até o menor. Devemos congelar os ativos de todos aqueles que têm, na Rússia, o poder de tomar decisões", clamou.
O presidente ucraniano se referia ao superiate de luxo "Scheherazade", um dos maiores do mundo, que se encontra atracado na costa da Toscana e que, segundo alguns veículos da imprensa, pertenceria ao presidente Vladimir Putin.
Em seu discurso, o primeiro-ministro Mario Draghi lembrou, por sua vez, que a Itália confiscou até agora mais de 800 milhões de euros (quase US$ 900 milhões) em bens pertencentes a oligarcas, graças às sanções decididas pela União Europeia. Entre os ativos apreendidos, estão um iate, de 530 milhões de euros (US$ 580 milhões), e um complexo residencial, em Olbia, na Sardenha, de 105 milhões de euros (US$ 115 milhões).
Se a guerra se prolongar, a Itália também poderá enfrentar outra grave emergência humanitária, com o aumento do número de migrantes, provocado pelo agravamento da crise alimentar avivada pela guerra na Ucrânia, segundo Zelensky.
"Não vamos poder exportar milho, óleo, trigo, tantos produtos que são absolutamente necessários para a vida. E isso também vai afetar seus vizinhos do outro lado do mar (Mediterrâneo). Os preços estão aumentando, dezenas de milhões de pessoas vão precisar de ajuda no seu litoral", alarmou o presidente ucraniano.
Seu país é um grande exportador de grãos e cereais e também abastece o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), que comprou quase metade de seus suprimentos mundiais de trigo antes da guerra.
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