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Governo de Israel perde maioria parlamentar, e Netanyahu comemora

Deputada do partido de Bennett deixou a legenda, fazendo com que a coalizão costurada para derrubar Netanyahu perdesse a maioria - Nir Elias/Reuters
Deputada do partido de Bennett deixou a legenda, fazendo com que a coalizão costurada para derrubar Netanyahu perdesse a maioria Imagem: Nir Elias/Reuters

Em Jerusalém

06/04/2022 06h31Atualizada em 06/04/2022 06h57

A heterogênea coalizão do governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, perdeu hoje a maioria parlamentar após a saída surpreendente de uma deputada de direita, um fato celebrado pela oposição.

A saída de Idit Silman, deputada do partido Yamin, do primeiro-ministro, deixa a aliança com 60 deputados, um a menos que o necessário para ter maioria na Kneset, o Parlamento de 120 cadeiras de Israel.

"Eu tentei o caminho da unidade. Trabalhei muito para esta coalizão. Infelizmente, não posso participar do dano à identidade judaica de Israel", afirmou a conservadora Silman em um comunicado.

Bennett e o centrista Yair Lapid estabeleceram em junho do ano passado uma coalizão de 61 deputados, que reunia partidos de esquerda, centro, direita e uma formação árabe, algo insólito na história do país, o que acabou com 12 anos de governo de Benjamin Netanyahu.

O acordo de coalizão prevê um rodízio de cargos entre Bennett e Lapid, atual ministro das Relações Exteriores, e uma divisão dos ministérios.

"Estou encerrando minha participação na coalizão e vou tentar conversar com meus amigos para voltar para casa e formar um governo de direita", disse Silman.

"Sei que não sou a única que se sente assim", completou a deputada, que teve o anúncio de saída da coalizão celebrado por Netanyahu, líder da oposição conservadora.

Apesar do processo de corrupção que avança contra ele, o ex-primeiro-ministro pediu aos outros deputados de direita do governo que se unam a ele. "Vocês serão recebidos com os braços abertos e todas as honras", declarou.

A saída da deputada acontece após um confronto esta semana com o ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, que permitiu aos hospitais, seguindo uma decisão da Suprema Corte, a distribuição de pão fermentado durante a Páscoa Judaica, em vez do pão ázimo, que marca a tradição.

Também acontece em um momento de incerteza no país, que sofreu três atentados nas últimas duas semanas, dois vinculados ao grupo fundamentalista Estado Islâmico.