Canadá sugere usar ativos russos em ajuda à Ucrânia
O Canadá quer se tornar o primeiro país do G7 a usar os ativos russos para financiar, com esses fundos, a ajuda à Ucrânia, e anunciou nesta quarta-feira (27) novas sanções econômicas contra 203 pessoas consideradas "cúmplices" de Moscou em sua tentativa de anexar a região de Donbass.
"Estamos buscando a capacidade não só de aprender, e sim de autorizar o confisco da propriedade de pessoas e entidades sancionadas e nos permitir compensar as vítimas (ucranianas) depois", garantiu nesta quarta-feira, a ministra canadense das Relações Exteriores, Mélanie Joly.
Em declarações dadas à imprensa, o primeiro-ministro Justin Trudeau garantiu que o Canadá estava buscando "formas de punir ainda mais" a Rússia, a fim de confiscar propriedades daqueles que foram sancionados pela ofensiva contra a Ucrânia.
Desde o início da invasão russa, lançada em 24 de fevereiro passado, o Canadá tem imposto sanções a "mais de 1.100 pessoas e entidades" consideradas cúmplices do governo de Vladimir Putin. Várias destas sanções foram tomadas em coordenação com seus aliados europeus e com os Estados Unidos.
"Somos o primeiro país do G7 a oferecer este novo recurso porque acreditamos que funcionará", explicou a ministra canadense, mesmo afirmando que não tinha "estimativas claras" sobre o valor que poderá arrecadar com este novo mecanismo.
Mélanie Joly, porém, afirmou que "os ativos dos oligarcas russos no Canadá são consideráveis".
Além desta nova disposição apresentada diante do Parlamento na terça-feira, o Canadá também anunciou novas sanções, desta vez contra "11 funcionários e 192 membros dos conselhos populares das chamadas repúblicas populares de Luhansk e Donetsk", no Donbass.
"O Canadá não ficará de braços cruzados vendo como o presidente Putin e seus cúmplices tentam redesenhar as fronteiras da Ucrânia com impunidade", disse a chefe da diplomacia canadense, que voltou a manifestar seu desejo de que a "Ucrânia vença".
As sanções contra estas 203 pessoas se juntam a outras anunciadas nos últimos dois meses. Em particular, as medidas anunciadas nesta quarta-feira preveem o congelamento de ativos, uma proibição de transações e a impossibilidade de entrar no Canadá.
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