Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Esse conteúdo é antigo

Rússia intensifica ataques às vésperas da decisão da UE sobre candidatura da Ucrânia ao bloco

Foguete não detonado na cidade de Lysychansk, na Ucrânia, onde continuam os ataques da Rússia - Oleksandr Ratushniak/Reuters
Foguete não detonado na cidade de Lysychansk, na Ucrânia, onde continuam os ataques da Rússia Imagem: Oleksandr Ratushniak/Reuters

20/06/2022 12h04

A Rússia intensificou nesta segunda-feira (20) os ataques contra as regiões de Kharkiv e Donetsk, no nordeste e leste da Ucrânia, poucos dias antes de os 27 países da União Europeia (UE) discutirem a candidatura de Kiev ao bloco.

No início de uma semana de intensa atividade em torno da candidatura da Ucrânia ao bloco europeu, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou que a Rússia está cometendo um "verdadeiro crime de guerra" ao bloquear as exportações de cereais e grãos ucranianos.

Em um momento de crescentes temores pelas consequências da invasão nos preços dos alimentos, a Alemanha organiza na sexta-feira uma reunião internacional sobre o assunto, que contará com a participação do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, pediu à Rússia que "pare de brincar com a fome no mundo".

Nesta segunda-feira, "começa uma semana realmente histórica", afirmou Zelensky no domingo em seu discurso diário.

Os 27 países da UE se reúnem na quinta e sexta-feira para decidir se o país pode receber o status de candidato, decisão que deve ser tomada por unanimidade.

'Nosso exército resiste'

"Obviamente esperamos que a Rússia intensifique seus ataques esta semana", alertou o presidente ucraniano. "Nosso exército resiste", afirmou.

Em seu relatório matinal, a Presidência da Ucrânia informou que há um aumento dos bombardeios na região de Kharkiv e um aumento dos ataques "em toda a linha do front" em Donetsk, no leste, onde foi registrado um morto e sete feridos.

No Donbass, a cidade de Severodonetsk concentrou a ofensiva para assumir toda esta bacia de mineração oriental, parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia desde 2014.

"Os russos controlam a maioria dos bairros residenciais" de Severodonetsk, mas "se você contar toda a cidade, mais de um terço ainda é controlado por nossas forças armadas", disse o chefe da administração municipal, Oleksandr Striuk.

Serguii Gaidai, governador de Luhansk, uma das regiões que compõem o Donbass, confirmou na televisão a queda no controle russo de Metiolkiné, na periferia de Severodonetsk.

Retorno ao carvão

No front sul, o exército ucraniano afirma que as forças russas "não conseguem avançar no terreno" e apenas continuam com os bombardeios.

O ministério da Defesa da Rússia informou que utilizou mísseis de cruzeiro para atacar uma fábrica em Mykolaiv e destruiu "dez morteiros de 155 mm e até 20 veículos blindados fornecidos ao regime de Kiev pelo Ocidente nos últimos dez dias".

Mykolaiv é uma cidade portuária e industrial, onde moravam meio milhão de pessoas antes da guerra. A localidade é alvo dos ataques russos porque fica na rota para Odessa, o principal porto da Ucrânia.

Por sua vez, a Rússia acusou as forças ucranianas de terem atacado plataformas de perfuração de petróleo no mar da península da Crimeia.

Contra a UE, a Rússia usa seus hidrocarbonetos como arma e cortou o fluxo de gás para vários países na semana passada.

Em contraste, as importações russas de petróleo para a China aumentaram 55% em maio, em comparação com o ano passado.

Em uma tentativa de reduzir a dependência da Rússia e para reduzir o consumo de gás, a Alemanha recorrerá às usinas de carvão.

"É amargo, mas é indispensável", disse o ministro da Economia, o ambientalista Robert Habeck. O governo, no entanto, disse nesta segunda-feira que essa medida é "limitada" e que a promessa de abandonar o carvão antes de 2030 será cumprida.

A Áustria também anunciou no fim de semana a reativação de uma usina de carvão fechada em 2020.

As sanções adotadas contra Moscou também envolveram restrições ao trânsito pela Lituânia até o enclave de Kaliningrado, que a diplomacia russa descreveu como "abertamente hostis".