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Ex-líder das Farc responsável por selar acordo de paz é morto por franco-atirador na Colômbia

21 jun. 2021 - Manifestante segura uma bandeira da Colômbia em Bogotá, capital do país - Miyer Juana/Long Visual Press/Universal Images Group via Getty Images
21 jun. 2021 - Manifestante segura uma bandeira da Colômbia em Bogotá, capital do país Imagem: Miyer Juana/Long Visual Press/Universal Images Group via Getty Images

05/07/2022 16h23

Um líder da guerrilha dissolvida das Farc, que aceitou o acordo de paz de 2016, foi assassinado por um franco-atirador no sul da Colômbia, denunciou nesta terça-feira (5) o partido surgido após o desarmamento.

Com o assassinato de Ronald Rojas "chega-se ao aterrador número de 333 signatários da paz assassinados, a maioria dos quais no governo Duque", disse Rodrigo Londoño, chefe do partido Comunes, no Twitter.

Conhecido como Ramiro Durán em seu tempo de líder do Bloco Sul das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rojas tinha 41 anos e foi baleado duas vezes no peito por um franco-atirador, na segunda-feira, em uma zona rural da cidade de Neiva, detalhou o partido em um comunicado.

Antes de entregar suas armas em 2017, Rojas foi o responsável político por uma das maiores estruturas daquela que foi a guerrilha mais poderosa das Américas.

Depois de assinar a paz, ele se juntou à comissão de monitoramento dos acordos assinados, que também inclui autoridades colombianas. No órgão, denunciou "ataques direcionados" contra ex-guerrilheiros e seus antigos colaboradores no sul do país.

Em abril de 2021, Rojas saiu do Comunes por divergências com a liderança do partido.

Ele era "um líder comprometido com o território, com o diálogo e com o processo de reincorporação", lembrou no Twitter o chefe da missão da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, que destacou "a necessidade de reforçar a segurança dos ex-combatentes e líderes da paz".

Embora o acordo de paz tenha reduzido a violência política, a Colômbia ainda lida com grupos armados que lucram com o tráfico de drogas e outras receitas ilegais nas antigas áreas de influência das Farc.

Centenas de ex-guerrilheiros que faziam parte do pacto foram mortos por dissidentes que retomaram as armas, grupos de narcotráfico e até membros da força pública, segundo o Ministério Público.