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Guerra da Rússia-Ucrânia

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G7 e Ucrânia alertam para risco de ataques perto de usina nuclear

4.ago.2022 - Um militar com uma bandeira russa em seu uniforme monta guarda perto da Usina Nuclear de Zaporizhzhia durante o conflito Ucrânia-Rússia fora da cidade de Enerhodar, controlada pela Rússia, na região de Zaporizhzhia, Ucrânia. - REUTERS/Alexander Ermochenko/Foto de Arquivo
4.ago.2022 - Um militar com uma bandeira russa em seu uniforme monta guarda perto da Usina Nuclear de Zaporizhzhia durante o conflito Ucrânia-Rússia fora da cidade de Enerhodar, controlada pela Rússia, na região de Zaporizhzhia, Ucrânia. Imagem: REUTERS/Alexander Ermochenko/Foto de Arquivo

11/08/2022 09h02Atualizada em 11/08/2022 09h46

A Ucrânia voltou a denunciar os bombardeios russos na linha de frente, inclusive perto da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa e cuja situação preocupante será discutida nesta quinta-feira (11) pelo Conselho de Segurança da ONU.

Em Nikopol (sudeste), a 100 quilômetros da central de Zaporizhzhia, o governador Valentyn Reznichenko informou no Telegram três mortos e nove feridos em bombardeios noturnos russos.

No Donbass (leste), o comandante da administração militar da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, anunciou nesta quinta-feira a morte de 11 civis nas últimas 24 horas: seis em Bakhmut, três em Soledar, um em Krasnogorivka e um em Avdivka.

As tropas russas, que bombardeiam Soledar implacavelmente, tentam expulsar o exército ucraniano de lá para avançar em direção a Bakhmut.

A pedido da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU examinará esta tarde a situação de segurança na usina de Zaporizhzhia, ocupada por suas tropas desde março.

Rússia e Ucrânia trocam acusações de bombardeios contra áreas perto da usina na semana passada. Não foi possível verificar as alegações com fontes independentes.

Segundo as autoridades ucranianas, 13 pessoas foram mortas na região de Dniepropetrovsk e uma na região de Zaporizhzhia, ambas no leste, em bombardeios perto da usina na noite de terça-feira.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informará ao Conselho de Segurança sobre a situação naquela instalação.

A AIEA informou que seu relatório detalhará como os bombardeios na semana passada "violaram praticamente todos os sete pilares indispensáveis da segurança nuclear".

Também apontou que tentará organizar uma missão especializada à usina "o mais rápido possível".

O grupo dos sete países mais industrializados (G7) exigiu na quarta-feira que "a Rússia devolva imediatamente ao seu legítimo proprietário soberano, a Ucrânia, o controle total da usina" e estimou que sua ocupação "põe em perigo a região".

A operadora ucraniana Energoatom disse na terça-feira que as forças russas estão tentando estabelecer uma conexão terrestre entre a usina de Zaporizhzhia e a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Localizada perto da cidade de Energodar, às margens do rio Dnieper e não muito longe da península da Crimeia, a maior usina da Europa possui seis dos 15 reatores ucranianos, capazes de fornecer energia a quatro milhões de residências.

Em 4 de março, logo após o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, a instalação caiu sob o controle das tropas russas.

Ucrânia "não abandonará" a Crimeia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfatizou na terça-feira a importância da península da Crimeia para a Ucrânia e reiterou que Kiev "nunca a abandonará".

Ao mesmo tempo, fortes explosões ocorreram em um depósito de munições em uma base militar russa na Crimeia na terça-feira, matando pelo menos uma pessoa e ferindo várias outras, e deixando milhares de turistas russos em férias na península em pânico.

Segundo o exército russo, a deflagração não foi provocada por nenhum tiroteio ou bombardeio.

A Ucrânia não reconheceu oficialmente a responsabilidade pelo incidente, mas um conselheiro presidencial, Mikhailo Podoliak, disse no Twitter que "este é apenas o começo".

"O futuro da Crimeia é ser uma pérola do Mar Negro (...) não uma base militar para terroristas", disse.

Por sua vez, o Parlamento da Letônia declarou a Rússia um "Estado patrocinador do terrorismo" nesta quinta-feira e considerou suas ações na Ucrânia como um "genocídio" contra o povo ucraniano.

Na frente financeira, os credores da Ucrânia aceitaram uma moratória de dois anos no pagamento de sua dívida externa de 20 bilhões de dólares, dado o severo impacto da invasão russa em sua economia.

"Isso permite que a Ucrânia mantenha a estabilidade macrofinanceira e fortaleça a sustentabilidade econômica", disse o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, no Twitter.

O PIB da Ucrânia pode cair 45% este ano, de acordo com as últimas estimativas do Banco Mundial.