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Irã diz que acusação de complô para matar ex-conselheiro de Trump é 'ridícula'

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, participa de reunião para discutir a crise política na Venezuela em Lima, no Peru - Guadalupe Pardo/Reuters
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, participa de reunião para discutir a crise política na Venezuela em Lima, no Peru Imagem: Guadalupe Pardo/Reuters

11/08/2022 07h10Atualizada em 11/08/2022 07h59

O Irã chamou de "ridículas" as afirmações da justiça dos Estados Unidos sobre um complô de um membro da Guarda Revolucionária para assassinar John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

O Departamento de Justiça americano anunciou na quarta-feira que um iraniano, identificado como Shahram Poursafi, foi indiciado à revelia por ter proposto o pagamento de 300.000 dólares a uma pessoa nos Estados Unidos para assassinar John Bolton.

O complô, supostamente com o objetivo de vingar a morte do general iraniano Qasem Soleimani, assassinado em janeiro de 2020 no Iraque em um ataque ordenado pelo então presidente Donald Trump, foi revelado pela pessoa que deveria matar Bolton, segundo o Departamento de Justiça.

"As autoridades judiciais americanas formularam acusações sem apresentar provas válidas", afirmou em um comunicado o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Naser Kanani.

O porta-voz criticou "afirmações sem fundamento", elaboradas segundo ele "para evitar responder aos vários crimes terroristas nos quais o governo americano está diretamente envolvido, como o assassinato covarde" de Soleimani.

"A República Islâmica faz um alerta com veemência contra qualquer ação direcionada a atacar cidadãos iranianos por meio de acusações ridículas", acrescentou Kanani.

De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, entre outubro de 2021 e abril de 2022, Poursafi entrou em contato com uma pessoa que deveria assassinar Bolton, mas o conato seria na realidade um informante do FBI.

O suspeito iraniano teria pressionado esta pessoa a executar o assassinato antes do segundo aniversário da morte de Soleimani, que faleceu em 3 de janeiro de 2020 em um ataque com drones em Bagdá.

O poderoso general iraniano foi durante anos o arquiteto da estratégia de segurança do país no Oriente Médio. Ele era o comandante da Força Quds, a unidade responsável pelas operações da Guarda Revolucionária no exterior.

O atual conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou na quarta-feira que Teerã corre o risco de "graves consequências" e caso de ataque contra funcionários do governo americano.

As acusações americanas foram divulgadas no momento em que o Irã examina um compromisso apresentado pela União Europeia para tentar salvar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, estagnado desde que em 2018 o então presidente Donald Trump, aconselhado por John Bolton, abandonou o mesmo.