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Conservador Ulf Kristersson é eleito primeiro-ministro da Suécia com apoio da extrema-direita

Ulf Kristersson, líder do partido moderado, foi eleito primeiro-ministro da Suécia - Jonathan Nackstrand/AFP
Ulf Kristersson, líder do partido moderado, foi eleito primeiro-ministro da Suécia Imagem: Jonathan Nackstrand/AFP

17/10/2022 09h01

O líder conservador Ulf Kristersson foi eleito, nesta segunda-feira (17), primeiro-ministro da Suécia por maioria absoluta parlamentar, em uma votação em que pela primeira vez teve o apoio da extrema-direita, marcando uma nova era política para o país nórdico.

Kristersson foi eleito por 176 votos a favor e 173 contra, depois de ter anunciado na sexta-feira um acordo para um governo de coalizão, composto pela sua formação - os Moderados -, os Democratas Cristãos e os Liberais, apoiados no Parlamento pelos ultradireitistas Democratas da Suécia (SD).

Os quatro apresentaram um roteiro conjunto de 62 páginas sobre sua cooperação futura, destacando eixos como a luta contra o crime e a imigração, bem como a construção de novos reatores nucleares.

O líder do SD, Jimmie Åkesson, disse no Parlamento que, embora seu partido preferisse estar no governo e ocupar cargos ministeriais, as políticas do novo Executivo eram mais importantes.

"O importante é o que o governo fará", não como é composto, assegurou.

Sua formação foi a grande vencedora das eleições gerais de 11 de setembro, despontando como o segundo partido mais votado com 20,5% dos votos, atrás apenas da primeira-ministra Magdalena Andersson, do Partido Social Democrata, que domina a política sueca desde a década de 1930.

O novo governo, que deve ser anunciado na terça-feira, também planeja cortes dramáticos na política de acolhimento de refugiados, reduzindo a cota do ano passado de 6.400 requerentes de asilo para apenas 900 por ano durante o mandato de quatro anos.

Também considerará a possibilidade de "expulsar estrangeiros por má conduta".

- Maioria frágil -

Enfrentando sérios problemas de gangues criminosas e sangrentos acertos de contas, Ulf Kristersson fez da segurança o tema principal de sua campanha, juntamente com promessas de controle de preços da energia, que dispararam pela guerra na Ucrânia.

O programa também prevê autorizar a revista de pessoas em determinados bairros sensíveis sem comportamento suspeito, penas mais duras para reincidentes e a possibilidade de prestar depoimento anonimamente em tribunal.

Embora o quarteto da coalizão eleitoral tenha se apresentado como uma frente unida, há divisões entre eles em várias políticas-chave e importantes concessões foram feitas para chegar a um acordo, especialmente para apaziguar a extrema-direita.

O grande desafio do novo Executivo foi conciliar as expectativas contraditórias do pequeno partido liberal, cuja linha vermelha era a entrada da extrema-direita no governo, e as demandas do SD, que exigia cargos ministeriais.

Mas mesmo fora do gabinete, Åkesson comemorou seu "papel absolutamente decisivo" na maioria do governo.

A grande influência do SD no programa anunciado na sexta-feira já causou tensões dentro dos liberais, apoiadores essenciais de Kristersson.

Devido à fragilidade da nova maioria, a esquerda, de volta à oposição, não perde a esperança de voltar ao poder antes das novas eleições marcadas para 2026.