Macron convida Maduro na COP27 a 'trabalho bilateral útil' para a América Latina
O presidente da França, Emmanuel Macron, teve uma breve conversa com seu contraparte da Venezuela, Nicolás Maduro, a quem oficialmente não reconhece como chefe de Estado, e o convidou a "realizar um trabalho bilateral útil" para a América Latina.
A conversa, de um minuto e meio e cheia de sorrisos, ocorreu nos corredores da conferência sobre as mudanças climáticas em Sharm el-Sheikh, no Egito, a COP27.
"Ficarei feliz se pudermos conversar mais, que possamos realizar um trabalho bilateral útil para a região", disse Macron a Maduro, segundo imagens fornecidas pela presidência venezuelana à AFP. "Presidente (...), ligarei para você".
A França figura entre os mais de 50 países que não reconhecem a reeleição de Maduro em 2018, tachada pela oposição como "fraudulenta", e que apoiaram o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado do país.
O respaldo a Guaidó enfraqueceu desde então, sobretudo na Europa. Os canais de diálogo entre a França e a Venezuela de Maduro se mantiveram abertos, em meio a uma política de "potência equilibradora" que Macron quer impulsionar.
O presidente francês vai receber em Paris seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda do país, que restabeleceu as relações entre Bogotá e Caracas após uma ruptura de três anos.
Na conversa com Macron, Maduro disse que a "França precisa desempenhar um papel positivo" na região.
Em meio à política de isolamento liderada por Washington, o presidente venezuelano estreitou laços com países como a Rússia para seguir exportando seu petróleo e se esquivar das sanções financeiras recebidas.
A presidência francesa, preocupada com a crise energética causada pela invasão russa à Ucrânia, pediu em 27 de junho a "diversificação das fontes de abastecimento de petróleo" durante a cúpula do G7 na Alemanha, mirando na produção do Irã e da Venezuela.
"O petróleo venezuelano também deve poder voltar ao mercado", indicou na época.
Maduro respondeu no dia seguinte que a Venezuela estava pronta para receber as petrolíferas francesas "que quiserem vir e produzir petróleo e gás para o mercado europeu, para o mercado mundial".
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