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Jamil Chade

REPORTAGEM

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OMS: calor matou 15 mil na Europa em 2022

Onda de calor na Europa - REUTERS/John Sibley
Onda de calor na Europa Imagem: REUTERS/John Sibley

Colunista do UOL

07/11/2022 15h11

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Num alerta sobre o impacto das mudanças climáticas, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 15 mil pessoas morreram por conta do calor excessivo em 2022. O ano foi o mais quentes na história do continente, desde que se tem registro. As temperaturas excepcionalmente altas ainda levaram à pior seca que o continente testemunhou desde a Idade Média.

Os dados estão sendo publicados num momento chave para as negociações climáticas. No Egito, a Cúpula da ONU começou neste fim de semana e a meta é de que haja um acordo para que governos comecem a implementar medidas concretas para lidar com as mudanças climáticas.

Para a OMS, porém, os problemas não se refere apenas ao futuro ou a países pobres. "O estresse térmico, quando o corpo não consegue se resfriar, é a principal causa de morte relacionada ao clima na região europeia", disse Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa. "Os extremos de temperatura também podem exacerbar condições crônicas, incluindo doenças cardiovasculares, respiratórias e cerebrovasculares, e doenças relacionadas ao diabetes", disse.

Segundo ele, com base nos dados dos países apresentados até agora, estima-se que pelo menos 15 mil pessoas morreram especificamente devido ao calor em 2022. "Entre estas, quase 4000 mortes na Espanha, mais de 1000 em Portugal, mais de 3200 no Reino Unido e cerca de 4500 mortes na Alemanha foram relatadas pelas autoridades sanitárias durante os 3 meses do verão", explicou.

"Espera-se que esta estimativa aumente à medida que mais países informem sobre o excesso de mortes devido ao calor", admitiu.

O Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (INSEE) da França, segundo ele, informou que mais de 11.000 pessoas morreram entre 1 de junho e 22 de agosto de 2022 em comparação com o mesmo período em 2019 - o último ano antes da pandemia da COVID-19. O INSEE sugeriu que estes números eram "provavelmente explicados pela onda de calor que ocorreu em meados de julho, após um episódio inicial de onda de calor já em meados de junho".

As temperaturas na Europa aqueceram significativamente durante o período 1961-2021, a uma taxa média de cerca de 0,5 °C por década. Esta é a região de maior aquecimento, de acordo com um relatório lançado esta semana pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

As temperaturas extremas foram responsáveis por mais de 148 000 vidas perdidas na Região Européia nos 50 anos anteriores. "Em apenas 1 ano desde então, perdemos pelo menos mais 15.000 vidas", alertou.

De uma forma geral, a OMS estima que, em 2021, eventos climáticos e meteorológicos de alto impacto causaram centenas de mortes e afetaram diretamente mais de meio milhão de pessoas. "Cerca de 84% desses eventos foram inundações ou tempestades", completou.